Uma das maiores dificuldades enfrentadas pelo empresário na hora de investir no próprio negócio, dentro universo do franchising, é perceber que há inúmeras operações disponíveis no mercado. É como analisa a CEO da Wowe, rede especializada na comercialização de serviços financeiros via correspondência bancária 100% digital, Ana Paula Ferreira. “Em razão dessa variedade, o candidato à franquia precisa saber quais critérios adotar para selecionar, sem erro, a rede de franquia que melhor atenderá suas perspectivas e esta análise vai muito além da escolha do segmento de atuação, da compatibilização do valor de investimento e do prazo de retorno do capital investido”, aponta.
De acordo com a especialista, um dos primeiros critérios a ser verificado é se a franqueadora está sendo transparente em relação ao valor de investimento inicial. “É necessário verificar se ele já contém a taxa de franquia, o montante dedicado ao capital de giro, bem como os investimentos necessários com estrutura, treinamento de equipe etc., e se estão sendo claros em relação às taxas de royalties, marketing, entre outras”, aponta a executiva.
Além disso, um dos critérios primordiais que o empreendedor deve ter no topo de sua check list é a análise profunda do negócio almejado, ou seja, não basta gostar de determinado segmento por ter afinidade, é necessário gostar, principalmente, do modelo de operação da franquia. “Analisar a operação significa conhecer a forma como a franqueadora atua no mercado, o que ela oferece de diferencial estratégico aos seus clientes finais e como o oferece. Também significa conhecer a gestão da franquia, o seu dia a dia e seus procedimentos internos. Portanto, além de conhecer a ficha técnica da operação, é recomendado conversar com outros franqueados e entender o seu funcionamento”, explica a especialista.
Tendo essas informações mapeadas, o empreendedor poderá se projetar naquela rotina e, então, responder com mais propriedade a seguinte pergunta: é isso o que eu quero para a minha vida profissional nos próximos cinco anos? Segundo a executiva funciona exatamente como um namoro que está prestes a se tornar um casamento. “As partes, candidato à franquia e franqueadora, precisam ir além da paixão inicial e, com os pés no chão, decidir e vislumbrar a viabilidade de trilharem juntos esse caminho”, aponta Ana.
Para a executiva, a ansiedade e a falta de conhecimento sobre o que é o franchising são os principais fatores que geram a tomada de decisão equivocada. “Antes de qualquer definição, o potencial candidato precisa ter subsídios sobre a maturação do negócio, saber se o mesmo já foi suficientemente testado pela franqueadora e se ele tem condições de se sustentar como uma rede de franquias, atendendo às regras legais do setor e também às exigências do consumidor final, com diferentes perfis e cada vez mais conectados”, alerta a especialista.
A ABF – Associação Brasileira de Franchising – promove, recorrentemente, diferentes cursos voltados aos interessados no setor, com conteúdo didático e informações relevantes para nortear quem está disposto a investir em franquia. A agenda dos próximos eventos está disponível neste link:
https://abfeducacao.portaldofranchising.com.br/agenda.
Mas os alertas da especialista, não param por aí. A Circular de Oferta de Franquia, conhecida como (COF), o contrato, o manual de procedimentos internos e todos os documentos apresentados devem ser meticulosamente avaliados pelo candidato. “A franqueadora deve se manter disponível para sanar todas as dúvidas do empreendedor e, com isso, ele já perceberá, de antemão, a disponibilidade e interesse da mesma em oferece apoio em todas as etapas, antes, durante e depois de adentrar a rede”, salienta Ana.
Para finalizar, a executiva aponta outros critérios igualmente importantes para a escolha da franquia. “Verificar o sucesso da operação e dos franqueados, conferir as projeções de vendas apresentadas, verificar se o registro da marca está em ordem, bem como se há unidades fechadas e comparar esse índice com o crescimento da rede no mesmo período e, por último, mas não menos importante, se a rede é associada à ABF”, conclui a executiva que, após 15 anos gerenciando call center na área de telecomunicação, decidiu ingressar, em 2017, no mercado de correspondência bancária. Em três anos, implementou sua expertise adquirida no call center neste segmento, inovando o modus operandi dos correspondentes bancários no País, passando a ofertar esse atendimento de maneira 100% digital e exclusivamente remoto. Atualmente a empresa comercializa cerca de R$ 70 milhões de crédito ao ano e, em 2020, iniciou a formatação do negócio para o sistema de franchising, lançado, agora, oficialmente ao mercado.
FONTE: ASSESSORIA