Nos últimos anos, o Nordeste brasileiro vem emergindo como um epicentro da moda, desafiando as tradicionais capitais do setor no país. Marcado por uma rica herança cultural, o Nordeste não apenas celebra suas tradições, mas também se reinventa, incorporando elementos contemporâneos e abraçando a sustentabilidade como parte fundamental de sua identidade na indústria da moda.
Tradição e Cultura
A moda no Nordeste não é apenas sobre tendências passageiras; é um reflexo da rica diversidade cultural da região. Dos bordados coloridos do Ceará às rendas delicadas de Alagoas, cada estado traz consigo uma história única, transmitida através de tecidos e padrões tradicionais. Essa riqueza cultural tem sido um ponto de partida para muitos designers nordestinos, que encontram inspiração nas raízes profundas de sua terra natal.
Inovação e Criatividade
Apesar de valorizar suas tradições, o segmento de moda no Nordeste também se destaca por sua inovação e criatividade. Designers locais têm explorado novas técnicas, materiais e silhuetas para criar peças que capturam a essência contemporânea da região. Além disso, eventos como a São Paulo Fashion Week e o Rio Moda Rio têm aberto espaço para talentos nordestinos, ampliando seu alcance nacional e internacional.
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Sustentabilidade e Responsabilidade Social
A preocupação com a sustentabilidade tem sido uma prioridade crescente na indústria da moda em todo o mundo, e o Nordeste não é exceção. Muitos designers e marcas da região têm adotado práticas sustentáveis em suas produções, utilizando materiais orgânicos, reciclados e de origem local. Além disso, há um foco crescente na responsabilidade social, com iniciativas que visam melhorar as condições de trabalho e promover o empoderamento das comunidades locais.
Nordeste como Potência Têxtil no Brasil
O Nordeste brasileiro não deixa dúvidas: é um dos principais polos têxteis do país, impulsionando a economia e se destacando em cidades como Fortaleza e Maracanaú, no Ceará; Caruaru e Santa Cruz do Capibaribe, em Pernambuco; e na região de Seridó, no Rio Grande do Norte.
No Ceará e no Rio Grande do Norte, a produção de algodão orgânico ganha destaque, enquanto em Pernambuco, a confecção de tecidos, especialmente o jeans-denim, assume a dianteira, respondendo por 17% do volume produzido nessa categoria em todo o Brasil, segundo a Abravest.
Setor de moda no Nordeste movimenta bilhões
Os números são impressionantes. Apenas em Pernambuco, o setor movimenta cerca de R$ 5 bilhões anualmente, com mais de 24 mil pequenos empreendedores, entre formais e informais, contribuindo para essa cifra, conforme reportado pelo G1 em 2023. Em 2021, a região produziu mais de 800 milhões de peças de vestuário para atender tanto ao mercado nacional quanto internacional, com mais de 18 mil instituições têxteis operando em solo pernambucano.
Mas para acompanhar essa crescente demanda, é necessário investimento financeiro. Eventos como o Agreste TEX, que promove debates sobre a indústria têxtil, registraram um crescimento de 15% em 2022, movimentando cerca de R$ 300 milhões para os negócios do setor, antes, durante e após o evento, contribuindo para o avanço do segmento.
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No Rio Grande do Norte, o setor também se destaca, movimentando mais de R$ 4,5 bilhões na indústria até 2018, gerando mais de 3 mil empregos e estimulando a abertura de mais de 60 novas oficinas de costura, conforme relatado pela Tribuna do Norte. Diante desse cenário promissor, o Governo Federal anunciou um investimento de R$ 19 milhões nas obras da Cidade da Moda, um projeto projetado para fortalecer os arranjos produtivos têxteis de Seridó. A expectativa é que a iniciativa gere mais de 4 mil empregos e movimente R$ 8 milhões por ano quando concluída.
Universo masculino inspira a indústria da moda e gera negócios
O cenário da moda masculina no Brasil está em plena ascensão, com um aumento significativo no consumo e na exigência por produtos de qualidade. Homens estão ampliando suas preocupações com a imagem, buscando além do preço e investindo em diversos aspectos do vestuário, calçados, acessórios, cosméticos e cuidados pessoais. A moda já não é mais exclusividade feminina, os homens também buscam seguir tendências e atualizar seus guarda-roupas para diferentes ocasiões, seja para o trabalho, lazer ou viagens.
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Mudança de comportamento impacta indústria da moda
Essa mudança de comportamento está impactando diretamente na indústria da moda, desde o design das peças até a sua comercialização. Com um aumento nas vendas e uma demanda crescente, o mercado tem se dedicado cada vez mais a atender às necessidades desse público masculino diversificado, adaptando-se aos seus gostos e orçamentos.
Dados recentes revelam que nos últimos três anos, o segmento de vestuário masculino representou cerca de 32% do total produzido pela indústria nacional. Apenas no ano passado, foram produzidas aproximadamente 5,5 bilhões de peças de vestuário masculino no Brasil, movimentando uma receita de aproximadamente US$15 bilhões por ano, conforme apontado pela Inteligência de Mercado (IEMI), empresa especializada em estudos e pesquisas do setor.
Em suma, diante desse cenário promissor, empresas como o Grupo Mioche, que já conta com 17 lojas espalhadas pela Paraíba, Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte, estão planejando expandir ainda mais seus negócios. Desse modo, buscando abrir novas unidades e conquistar clientes em outras regiões do país. Ao mesmo tempo, o crescimento do setor e a crescente demanda por moda masculina indicam um futuro promissor para a indústria no Nordeste do Brasil e em todo o país.
REDAÇÃO