Se tem um evento que é o verdadeiro expoente cultural de uma região e que define a “alma” de seu povo, este é o São João no Nordeste.
E por motivos óbvios, neste mês de junho as festas foram alteradas e tudo está mais silencioso. Além do impacto social, isso tem um devastador efeito na economia da região. Apenas em Campina Grande, que comemora durante todo mês, as festas juninas injetam cerca de R$ 300 milhões na economia com geração de 3 mil empregos diretos e indiretos, segundo dados do Ministério do Turismo.
O exemplo das Festas Juninas ilustra o que acontece com muitos eventos e produções culturais no Brasil. E também o quão importante será encontrar alternativas rápidas para o setor de eventos e entretenimento. Esse ‘tsunami’ deve marcar todo o ano de 2020 e ser estendido até meados de 2021, segundo analistas do segmento.
Uma das primeiras orientações aos organizadores é monitorar de perto o que as autoridades de saúde do país e de cada estado determinam como regras para enfrentamento à Covid-19.
Outra medida apontada por especialistas é tentar, ao máximo, adiar os eventos, em vez de cancelá-los. Isso traz a possibilidade de criar e movimentar a marca, por meio de iniciativas e ações digitais, até que se encontre uma solução viável e segura de realização do evento.
Também é importante preparar um evento seguro e tentar adapta-lo da melhor maneira possível para vários formatos, especialmente as que privilegiem os encontros online: Webinars, transmissões ao vivo, live experiences, conteúdos digitais, entre outros. Com o passar dos meses e as adaptações às novas medidas de segurança, talvez seja possível até fazer um mix de formatos, incluindo aí pequenos encontros presenciais, sempre mantendo os padrões elevados de segurança.
E mesmo quando a situação da pandemia já estiver mais controlada, o cenário futuro do mercado de eventos presenciais vai ser bem diferente, com menos aglomerações, eventos mais curtos, regras mais rígidas de higienização e muito investimento em tecnologia de monitoramento.
Ao mesmo tempo, o setor deve ter uma recuperação rápida pela demanda reprimida e a vontade latente das pessoas de se encontrarem novamente. Certamente, os eventos não vão deixar de existir, só terão que estar adaptados. Afinal, desde sempre, nós, humanos, buscamos nos reunir em volta de fogueiras para celebrar e contar histórias das nossas trajetórias e vitórias.