Uma descoberta recente chamou a atenção de biólogos e ambientalistasdo mundo inteiro: a captura do que pode ser o maior peixe-leão já registrado no mundo, em Fernando de Noronha. Com 49 centímetros, o exemplar superou o recorde anterior de 47 centímetros, registrado no Caribe.
A descoberta ocorreu durante uma operação de controle dessa espécie invasora, que tem causado preocupação entre especialistas devido ao seu impacto no ecossistema do litoral do Nordeste.
O Peixe-Leão: Um Predador Invasor
O peixe-leão (Pterois volitans) é uma espécie originária do Indo-Pacífico, mas que se espalhou pelo Caribe e, mais recentemente, pelo Atlântico Sul. Conhecido por seus espinhos venenosos e sua aparência exótica, esse predador é uma ameaça para a biodiversidade marinha. Ele se alimenta de peixes nativos e não possui predadores naturais na região, o que facilita sua proliferação descontrolada.
Em Fernando de Noronha, a presença do peixe-leão passa por monitoramento constante através do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). A captura do exemplar de 49 centímetros, no dia 27 de fevereiro, foi realizada por mergulhadores treinados a 29 metros de profundidade.
Além dele, outros 61 peixes-leão foram retirados do mar em uma operação separada, realizada no dia 9 de março, a 39 metros de profundidade.

Impacto no Ecossistema
A princípio, a proliferação do peixe-leão em Fernando de Noronha é um problema sério. Segundo o biólogo Maicon Messias, o tamanho do animal capturado indica que a espécie já se estabeleceu na ilha sem dificuldades. Isso representa um risco significativo para as espécies nativas, que não estão adaptadas para competir com esse predador voraz.
O peixe-leão é capaz de consumir grandes quantidades de peixes jovens, crustáceos e outros organismos marinhos, desequilibrando a cadeia alimentar local. Além disso, sua reprodução rápida e a falta de predadores naturais na região tornam o controle dessa espécie um desafio complexo.
Conheça mais sobre o peixe-leão
Categoria | Informação |
---|---|
Nome comum | Peixe-leão |
Nome científico | Gênero Pterois (família Scorpaenidae) |
Origem | Indo-Pacífico |
Primeiro registro no Atlântico | Flórida, 1985 |
Forma de introdução | Provavelmente por soltura de aquaristas |
Espécies invasoras | Pterois volitans e Pterois miles |
Expansão geográfica | Costa leste dos EUA (início do século XX), Bahamas (2004), Caribe e Golfo do México (2010) |
Impacto ambiental | Ameaça ecossistemas recifais e fauna nativa |
Chegada ao Brasil | Esperada devido ao histórico de troca de espécies com o Caribe |
Barreira natural | Plumas dos rios Amazonas e Orinoco |
Condições para invasão | Deglaciação (nível do mar alto) ou resistência a ambientes extremos |
Adaptações do peixe-leão | Tolerância a variações de salinidade, pH e temperatura, ampla faixa de profundidade (até 300m), boa capacidade natatória, longo período larval e dieta generalista |
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Esforços de Controle
Desde 2021, especialistas do Parque Nacional de Bonaire, no Caribe, têm colaborado com as autoridades brasileiras para combater a invasão do peixe-leão em Fernando de Noronha. A experiência caribenha é valiosa, já que a região enfrenta problemas semelhantes há mais tempo. As operações de captura e monitoramento são essenciais para minimizar os danos ao ecossistema local.
A captura do maior peixe-leão já registrado é um marco, mas também um alerta. Ao mesmo tempo, a presença dessa espécie invasora em Fernando de Noronha representa uma ameaça real para a biodiversidade local. Esforços contínuos de monitoramento e controle são essenciais para proteger o ecossistema marinho da ilha, que é um dos mais importantes do Brasil.
Enquanto os especialistas trabalham para conter a proliferação do peixe-leão, é fundamental que a sociedade também se conscientize sobre os riscos das espécies invasoras e a importância de preservar nossos ecossistemas. Fernando de Noronha é um patrimônio natural que precisa de proteção para as gerações futuras.
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