A Transnordestina é uma ferrovia que vai ligar o interior do Piauí ao litoral do Ceará e de Pernambuco, passando por 81 municípios e beneficiando cerca de 12 milhões de pessoas. Nesta sexta-feira (20), a Diretoria Colegiada da Sudene, autarquia vinculada ao Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional (MIDR), aprovou a liberação da parcela de R$ 811 milhões do financiamento da TLSA para a continuidade da construção da ferrovia.
Essa decisão foi fruto de um esforço interministerial e de um entendimento com o Tribunal de Contas da União (TCU), que acompanha a obra por meio de uma auditoria especial. A obra, iniciada em 2006, é considerada uma das mais importantes para o desenvolvimento regional do Nordeste e uma prioridade para o governo federal, que a incluiu como a mais importante do Novo PAC.
A ferrovia é executada pela Transnordestina Logística (TLSA), uma empresa privada controlada pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). A TLSA conta com recursos públicos provenientes do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE), administrado pela Sudene, do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), operado pelo Banco do Nordeste, e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Desenvolvimento sustentável
O ministro Waldez Góes, do MIDR, destacou o compromisso do presidente Lula de promover o desenvolvimento sustentável e reduzir as desigualdades no Nordeste. Ele afirmou que a Transnordestina é um dos projetos logísticos mais emblemáticos do Nordeste e do Brasil, que garantirá emprego e renda não apenas durante a construção, mas também um crescimento estimado de R$ 7 bilhões no PIB regional. Ele disse ainda que a obra está alinhada com os governos estaduais, as prefeituras, os investidores e a população para promover a integração e o desenvolvimento regional.
O superintendente da Sudene, Danilo Cabral, ressaltou que a ferrovia é a maior obra assegurada no Novo PAC e faz parte da carteira de projetos do Plano Regional de Desenvolvimento do Nordeste. Ele explicou que a ferrovia terá grande impacto no transporte de grãos, fertilizantes, cimento, combustíveis e minério, promovendo o desenvolvimento de novas atividades econômicas, atraindo investimentos e integrando a economia regional aos mercados nacionais e internacionais.
Ramal | Extensão (km) | Bitola | Origem | Destino |
---|---|---|---|---|
Norte | 1.180 | Larga (1,6 m) | Eliseu Martins (PI) | Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CE) |
Sul | 573 | Mista (1 m e 1,6 m) | Eliseu Martins (PI) | Porto de Suape (PE) |
A extensão total da Transnordestina é de 1.753 km, sendo 1.516 km em bitola larga e 237 km em bitola mista. A previsão é que a obra seja concluída até 2026.
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Aumento da competitividade
A Transnordestina vai permitir o escoamento da produção agrícola e mineral do cerrado piauiense para os portos do Nordeste, reduzindo os custos logísticos e aumentando a competitividade dos produtos brasileiros no mercado internacional. Além disso, vai facilitar o acesso dos estados nordestinos aos insumos importados, como fertilizantes e combustíveis. A ferrovia também vai contribuir para a diversificação da matriz energética nacional, ao possibilitar o transporte de biomassa para as usinas termelétricas.
A Transnordestina é uma obra estratégica para o desenvolvimento do Nordeste, que vai gerar emprego, renda, inclusão social e integração regional. É um projeto que visa ao futuro do Brasil e ao bem-estar da população nordestina.