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Irrigação estadual no Alto Sertão de Sergipe deverá ser ampliada com o Canal de Xingó

Quando concluído, o Canal poderá otimizar os sistemas de distribuição de água para irrigação nos perímetros públicos ao mesmo tempo em que amplia a oferta de água

A notícia do aporte federal de R$ 5,9 milhões para elaboração do projeto executivo do Canal de Xingó renovou as expectativas. Quando concluído, o Canal poderá otimizar os sistemas de distribuição de água para irrigação nos perímetros públicos. Ao mesmo tempo em que amplia a oferta de água, podendo irrigar uma área de cerca de 11 mil hectares de terra, só no Alto Sertão Sergipano, também se amplia em até 16,5 mil o número de empregos diretos ofertados pela agricultura irrigada naquela microrregião. A Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), administradora do Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco, tem a expectativa de otimizar a oferta de água e diminuir custos operacionais com o novo canal; além de dispor de volume operacional para cobrir a demanda de novos projetos de irrigação que poderão surgir na faixa de influência do canal.

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O engenheiro agrônomo que atua no planejamento dos perímetros irrigados da Cohidro, Platô de Neópolis e no projeto do futuro Perímetro Irrigado Manoel Dionísio, Paulo Feitosa, dá uma dimensão do que será o Canal de Xingó. “O canal inicia-se na barragem (da hidrelétrica) de Paulo Afonso IV, na Bahia. Entra em Sergipe com uma vazão de aproximadamente 22 mil litros de água por segundo e percorre 104km, aproximadamente, iniciando no município de Canindé passando por Poço Redondo, Porto da Folha e Monte Alegre de Sergipe, chegando até Nossa Senhora Glória. Esse projeto tem influência de 5km para cada margem, portanto, vai beneficiar pessoas que se situam nesta faixa de 10km, por onde passar dentro de Sergipe”, explicou o agrônomo.

Ainda de acordo com Paulo Feitosa, a água que vem aduzida do Rio São Francisco pelo canal será distribuída pelo Sertão, região mais seca do Estado, para fins de irrigação, abastecimento humano e animal, e também para indústria. “No caso da irrigação, ele prevê irrigar 11 mil hectares nessa trajetória, sendo os perímetros irrigados Califórnia e Jacaré-Curituba (Codevasf), em operação, o Manoel Dionísio Cruz, a ser implantado pelo Governo do Estado, e diversos outros novos projetos de irrigação previstos em toda sua extensão, até chegar em Glória. Do ponto de vista social, ele é de grande importância, assim como da parte do desenvolvimento econômico na região do Semiárido, que abrange 36 projetos de reforma agrária do Estado e do INCRA existentes, com cerca de 2 mil famílias assentadas. Cada hectare de terra irrigada gera de 1 a 1,5 emprego direto fixo por ano. Além disso, tem grande produção de alimentos”, complementa Paulo Feitosa.
Segundo o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Fonseca, quando concretizada, a obra trará os benefícios de, ao mesmo tempo, otimizar o abastecimento de água no perímetro Califórnia e viabilizar o início das atividades no Manoel Dionísio, novo perímetro cujo projeto executivo já está elaborado, prevendo o atendimento de 1.205 famílias com irrigação. “Hoje, o maior dos custos operacionais do perímetro Califórnia é a energia elétrica que bombeia a água com uma altura manométrica de 70m até o início do canal adutor do perímetro Califórnia, e, daí, a água chega à Estação de Bombeamento 02 (EB-02). O Canal de Xingó eliminaria esse uso de energia, com a água chegando à EB-02 só por gravidade”, destaca João Fonseca.

O presidente da Cohidro, Paulo Sobral, considera a iniciativa um passo importante para o desenvolvimento do Alto Sertão, favorecendo as atividades-fim da Cohidro. “Recebemos, em Sergipe, a visita do ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho no dia 23 de abril, que, na presença do governador Belivaldo Chagas, assinou a ordem de serviço para elaboração do projeto executivo do Canal de Xingó. A nossa companhia terá grande benefício na execução das suas atividades. Para a irrigação, a redução dos custos será repassada à tarifa d’água cobrada do irrigante do Califórnia, que tem como base o consumo de energia elétrica do perímetro. O canal vai colaborar muito na missão de levar água às localidades rurais distantes e carentes de abastecimento – demandas que hoje suprimos com a perfuração de poços, instalação de dessalinizadores, abertura e limpeza de barragens e construção de cisternas”, conclui Paulo Sobral.

FONTE: SECOM SE

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