Num encontro técnico matutino ocorrido nesta sexta-feira (22) no Palácio da Abolição, diversas entidades se reuniram para discutir estratégias relacionadas ao desenvolvimento do hidrogênio verde (H2V) e infraestrutura associada. Presentes estavam representantes do Governo do Ceará, Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), Federação das Indústrias (Fiec), Fortescue (a primeira empresa a obter licença prévia para uma planta de hidrogênio verde no estado) e a IFC (International Finance Corporation), órgão do Banco Mundial focado no fortalecimento do setor privado em países em desenvolvimento visando combater a pobreza.
A principal intenção da reunião foi explorar as áreas de apoio potencial da IFC no Ceará em relação ao hidrogênio verde e suas infraestruturas correlatas. Sob a liderança da gerente sênior de Inovação e Negócios, Diep Nguyen-Van Houtte, a equipe teve a oportunidade de examinar a infraestrutura necessária para o desenvolvimento do hub do H2V, além de receber atualizações sobre o projeto da Fortescue no Complexo do Pecém e possíveis áreas de colaboração com a IFC.
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Hugo Figueiredo, presidente do CIPP, ressaltou as vantagens competitivas do complexo, assegurando que está pronto para receber investimentos relacionados ao hub de H2V, entre outros empreendimentos. Ele mencionou o planejamento estratégico do Complexo do Pecém desde 2002 e sua contínua atualização para acomodar novas indústrias, incluindo a chegada do hidrogênio verde e da Transnordestina. Figueiredo enfatizou o compromisso do Ceará em colaborar com a IFC e destacou as oportunidades que essas iniciativas trazem para o estado.
O secretário da Fazenda, Fabrízio Gomes, destacou os esforços do governo em dialogar com o setor privado representado pela Fiec, não apenas no contexto do hidrogênio verde, mas em toda a cadeia produtiva. Ele enfatizou a importância de um equilíbrio fiscal para sustentar os investimentos necessários para o desenvolvimento econômico do estado.
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Ricardo Cavalcante, presidente da Fiec, salientou que o interesse do Banco Mundial em financiar projetos locais é resultado do trabalho conjunto entre o governo estadual, a Federação das Indústrias e as universidades. Ele expressou otimismo em relação às oportunidades proporcionadas pela transição energética e destacou o potencial do Brasil, em particular do Ceará, para liderar esse movimento.
Luis Viga, country manager da Fortescue no Brasil, apresentou uma visão geral do projeto de produção de hidrogênio verde da empresa no CIPP, destacando os investimentos previstos e o potencial do Brasil e do Ceará para liderar a transição energética. Ele apontou as vantagens competitivas do país, incluindo custos mais baixos de energia renovável, abundância de recursos solares e eólicos, e uma rede de transmissão bem desenvolvida, que contribuirão não apenas para a descarbonização, mas também para a industrialização sustentável em outros setores.