O protocolo tem como objetivo a transferência colaborativa e escalonada de animais exóticos que atualmente vivem no Zoobotânico.
Em ação inédita no país, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semar) firmou parceria com a Confederação Brasileira de Proteção Animal e prepara protocolo de esvaziamento e libertação dos animais do parque Zoobotânico, situado em Teresina. A medida é pioneira, uma vez que em nenhum lugar do país foi elaborado um documento que trace e regulamente os aspectos técnicos de segurança e bem estar físico e psicológico de transporte e transferência de animais cativos em zoológicos para santuários ecológicos.
O protocolo tem como objetivo a transferência colaborativa e escalonada de animais exóticos que atualmente vivem no Zoobotânico para santuários e habitats naturais em outros lugares no Brasil e onde esses animais possam viver livremente.
Além da Confederação Brasileira de Proteção Animal, a outra instituição parceira do programa é a Força Aérea Brasileira (FAB), que irá colaborar com o transporte dos animais aos seus destinos definitivos de liberdade e convívio com a natureza.
“Entendemos que a associação de lazer e diversão com animais em recintos fechados está totalmente ultrapassada. O que a Semar busca com essa ação está em sintonia com as melhores práticas mundiais de bem-estar animal e conservação ambiental”, destaca a secretária do Meio Ambiente, Sádia Castro.
A Confederação está fazendo o levantamento dos santuários aptos a receberem esses animais. O corpo técnico da Semar está providenciando a regularização das espécies junto ao Sistema Nacional de Fauna Silvestre (Sisfauna) e elaborando as instruções normativas do protocolo de transferência.
Segundo a presidente da Confederação, Carol Mourão, esta inciativa é considerada precursora mesmo em âmbito internacional. “Acredito que esse protocolo subsidiará diversas outras ações com o mesmo objetivo. Por essa razão, a Confederação tem muito interesse em contribuir com o processo. Somos totalmente favoráveis ao desenvolvimento dessa parceria que irá viabilizar a operacionalização das transferências”, afirmou.
A ação foi inspirada na experiência exitosa e pioneira realizada entre o Estado do Piauí e a Confederação que conseguiu a transferência da ursa Marsha, posteriormente renomeada Rowena, para o santuário Rancho dos Gnomos, em Joanópolis (SP). A ursa foi transportada em um avião da Força Aérea Brasileira, fato que mereceu reconhecimento internacional.
A Semar está organizando e escalonando os grupos e espécies que serão transferidos paulatinamente durante o programa. Para dar início à operação, foram selecionados espécimes da família dos macacos barrigudos , espécie ameaçada de extinção, formada por cinco membros, entre os quais um filhote recém-nascido no próprio parque. Há, ainda, dois felinos de grande porte, a leoa Mimi e uma onça pintada.
De acordo com Sádia Castro, o objetivo é transferir todos os animais, sendo que os exóticos irão para santuários e os nativos reinseridos nas áreas de soltura certificadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
A ação está inserida no programa Bicho Solto, em execução pela Semar desde o início de 2021, que tem como objetivo reinserir animais silvestres e exóticos ao seu habitat natural. A primeira fase da campanha, voltada a animais silvestres, reinseriu 71 aves, entre ararinhas, jandaias, papagaios e periquitos. Na segunda fase, a ser realizada em 28 de julho, será a vez dos primatas. Depois, ocorrerá a reinserção dos felinos e, por último, dos répteis.
FONTE: SECOM PI