O Governo do Estado da Bahia, através da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), organizou na segunda-feira (10), na sede da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), em Salvador, o workshop “Bahia, estado sede do Refino Verde no mundo”.
A proposta é desenvolver uma política de fortalecimento para a criação de um hub de Hidrogênio Verde (H2V) e seus derivados na Bahia
O evento reuniu autoridades estaduais, estudiosos, pesquisadores, especialistas, além de representantes da Federação Única dos Petroleiros (FUP), de empresas do Polo Petroquímico de Camaçari e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, entre outros.
Mahatma Ramos, diretor técnico do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (INEEP), destacou a importância de elaborar uma política robusta para a cadeia do hidrogênio verde. Segundo ele, “o hidrogênio é um insumo energético do futuro que necessita de planejamento, novas regulamentações e investimentos para impulsionar a indústria verde e avançar na transição energética justa no Brasil”.
Devido às suas condições favoráveis para energias renováveis, essenciais na produção de hidrogênio verde, a Bahia é considerada um estado estratégico para o crescimento dessa oferta. “A Bahia tem um enorme potencial e, a partir deste workshop, assume a liderança no Brasil em debates sobre um futuro energético mais sustentável”, acrescentou Mahatma.
O encontro visou atrair instituições e empresas interessadas na criação e implementação de um empreendimento no Polo de Camaçari, onde será produzido hidrogênio verde e seus derivados. Ângelo Almeida, secretário de Desenvolvimento Econômico, explicou como a parceria com instituições como a Petrobras pode fortalecer este setor, ela afirmou “Trouxemos este workshop para reunir instituições públicas, privadas e acadêmicas, destacando a necessidade da Petrobras assumir um papel fundamental no fortalecimento dessa nova cadeia com a Bahia como sede dessa refinaria verde”.
Ângelo Almeida afirmou que a Bahia está bem posicionada para liderar a transição energética. “A Petrobras pode confiar na Bahia, que tem potencial para ser uma referência na geração de energia limpa”. Ele destacou ainda a importância de trabalhar com o complexo ambiental para avançar na geração de energia limpa e na economia verde.
Carlos Henrique Passos, presidente da Fieb, ressaltou que o evento é crucial para que a Bahia se torne um ator importante na industrialização do hidrogênio, e não apenas uma produtora de energia. Ele projetou que a Bahia poderá expandir sua produção para combustíveis de aviação e navios, contribuindo significativamente para a descarbonização industrial.
José Sérgio Gabrielli, professor e pesquisador do INEEP, destacou a posição de destaque da Bahia no debate sobre a produção de hidrogênio verde, devido às suas condições naturais favoráveis, como a energia eólica e solar. Ele mencionou a possibilidade de utilizar água processada pela Cetrel para produzir hidrogênio verde e propôs expandir a produção para amônia e ureia, ampliando o uso do hidrogênio em outras indústrias.
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Gabrielli também abordou os Planos Nacionais de Hidrogênio (PNH2) e o Projeto de Lei 2.308, que deve ser aprovado pelo Senado, definindo a certificação do hidrogênio, programas de incentivos e o papel dos vários atores no marco regulatório.
Fernanda Delgado, CEO da Associação Brasileira da Indústria do Hidrogênio Verde (ABIHV), alertou que o Brasil possui vantagens competitivas temporárias e que outros países estão avançando rapidamente com incentivos financeiros. Ela enfatizou a necessidade de aproveitar essa oportunidade antes que outros países atraiam os investidores interessados no Brasil.