Objetivo é implantar projeto de mobilidade urbana utilizando veículos para transporte público movidos à hidrogênio verde
Em transmissão ao vivo na tarde desta segunda-feira (20), o governador Camilo Santana assinou Memorando de Entendimento entre o Governo do Ceará e a Neoenergia, empresa controlada pelo grupo espanhol Iberdrola, para a implantação de um projeto de mobilidade urbana com utilização de veículos para transporte público movidos à hidrogênio verde.
No projeto “Corredor Verde”, Fortaleza será a primeira cidade no Brasil a utilizar hidrogênio verde em mobilidade urbana, com a utilização de Ônibus fuel cell. O projeto piloto será feito em Fortaleza, e a meta é chegar a 18 pontos de abastecimento de energia limpa. Depois o projeto será ampliado para 70 municípios, sendo seis Capitais nordestinas, atendendo um total de 66% dos Estados do Nordeste para beneficiar até 37 milhões de pessoas.
“Hidrogênio verde é a energia do futuro, e esse projeto da Neoenergia é uma ideia pioneira, movida a hidrogênio verde, e faz parte da construção mundial das energias renováveis, e que faremos parte da descarbonização do planeta. É uma condição que não tem mais volta. Eles (Iberdrola) já estão construindo a sua usina de hidrogênio verde lá na Espanha, e por isso estamos assinando agora o memorando, muito felizes por essa iniciativa aqui no Ceará, e colocamos aqui toda a equipe do governo à disposição para poder construir esse projeto”, explicou Camilo Santana.
“Quero agradecer ao Governo do Ceará pela oportunidade de fazer esse projeto piloto, saímos dessa reunião empolgados com a expectativa de futuro. Juntos, Neoenergia e Ceará, demos o primeiro passo para sair do papel e converter em realidade a utilização do hidrogênio verde”, ressaltou David Benavent del Prado, representante da Neoenergia.
Estiveram presentes os secretários de Estado, Maia Júnior (Secretaria do Desenvolvimento Econômico e Trabalho do Estado do Ceará – Sedet), Lúcio Gomes (Infraestrutura), Fernanda Pacobahyba (Sefaz), Eliana Estrela (Educação – Seduc), Artur Bruno (meio ambiente – Sema), Francisco Teixeira (Recursos Hídricos), Inácio Arruda (Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Superior – Secitece), além de Roseane Medeiros, secretária executiva da Sedet, do presidente do Complexo do Pecém, Danilo Serpa, e o presidente da Fiec, Ricardo Cavalcante.
A Neoenergia é uma empresa integrada de energia que atua nos quatro segmentos do setor elétrico: geração, transmissão, distribuição e comercialização. A ideia é buscar reduzir a emissão de poluentes com novos investimentos e ampliar as oportunidades de negócios e geração de empregos no Ceará, para assim impulsionar a economia do Estado. O hidrogênio verde (H2V) é produzido através de fontes renováveis e é atualmente considerado o pilar da transformação energética mundial por poder ser obtido através da eletrólise da água, uma fonte livre de carbono.
Camilo detalhou que o Estado busca reduzir a emissão de poluentes com novos investimentos, além de ampliar as oportunidades de negócios e geração de empregos no Ceará, para assim impulsionar a economia do Estado. “Nós criamos um grupo de trabalho com o HUB do Hidrogênio Verde no Ceará, por isso partimos na frente desse processo, e o hidrogênio verde é estratégia de Estado para o Ceará”, afirmou o governador do Ceará.
Hidrogênio Verde no Ceará
Em fevereiro deste ano, o Governo do Ceará já havia criado o HUB de Hidrogênio Verde no Estado, numa ação em parceria com Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), Universidade Federal do Ceará (UFC) e Complexo do Pecém (CIPP S/A). E de lá para cá, o Ceará já assinou quatro memorandos de cooperação – com as empresas Enegix, White Martins, Quair e Fortscue – todos com o objetivo de produzir hidrogênio verde, e assim transformar o Ceará na maior referência de energia limpa no Brasil e do Mundo.
Fortescue Future Industries Pty Ltd (FFI): Com investimento de U$ 6 bilhões, a usina de hidrogênio verde será instalada no Complexo do Pecém com expectativa de gerar 2.500 postos de trabalho durante a sua instalação, e cerca de 800 empregos quando a empresa estiver em operação, a partir de 2025.
Qair Brasil: Já desenvolve planta de produção de hidrogênio verde com energia elétrica gerada através do Complexo Eólico Marítimo Dragão do Mar e de um parque de energia eólica offshore (dentro do mar). O investimento total previsto é de US$ 6,95 bilhões, com geração de 2 mil empregos durante a construção das plantas, e 600 empregos diretos quando da plena operação dos projetos. Com isso, a empresa multinacional com sede no Ceará está envolvida no projeto que, a partir de 2023, produzirá, armazenará, transportará e comercializará o hidrogênio verde.
Enegix: Tem como missão facilitar a mudança das sociedades através do hidrogênio verde, permitindo energia renovável e estável e conectividade da infraestrutura central com serviços públicos e comunidade. Sua visão é ser o líder global em geração de energia verde, identificando e garantindo fontes de energias renováveis de grande escala e econômicas. O memorando de entendimento prevê um investimento no Ceará de U$ 5,4 bilhões de dólares.
White Martins: Assinou um Memorando de Entendimento (MoU) com o Complexo do Pecém este mês para oficializar seu interesse em participar do HUB de Hidrogênio Verde. A parceria pretende estabelecer e desenvolver as potencialidades da produção local, voltada prioritariamente à exportação para a Europa. Com a assinatura do MoU, o Complexo do Pecém prestará o suporte para mapear novas oportunidades de negócios para a produção e o fornecimento de Hidrogênio pela Verde pela White Martins.
Já em 1º de setembro último, a EDP do Brasil assinou com o Governo do Ceará a garantia de instalar o projeto piloto para implantação de uma usina de hidrogênio verde no Pecém, a primeira do Ceará, com capacidade de produção de 250 Nm3/h de gás. Sua operação deve ser iniciada já em dezembro de 2022, atraindo um total de R$ 41,9 milhões de investimento.
Potencial do Ceará
O Estado do Ceará oferece alto potencial para energia eólica onshore (94 GW) e offshore (117 GW), alto potencial para energia solar (643 GW) e complementaridade diária solar + eólica = 50%/50%, uma condição ideal para a operação de eletrolisadores. Além disso, conta com mão de obra qualificada, com rede de ensino médio e superior apta a atender a demanda da nova cadeia produtiva e também condições fiscais e administrativas confiáveis, através do benefício fiscal concedido pelo PIER (Programa de Incentivos à Cadeia Produtiva de Energias Renováveis).
FONTE: Ascom Casa Civil // TEXTO: Daniel Herculano
Ascom Casa Civil – Fotos