Banco vê com bons olhos a iniciativa, que envolverá investimento de cerca de R$ 5 milhões e parceria entre SEIAS e UFS.
Em nova missão a Sergipe, a equipe do Banco Nacional de Desenvolvimento Social – BNDES participou de dois dias de encontros com a vice-governadora Eliane Aquino, a secretária Lêda Couto e a equipe técnica da Secretaria de Estado da Inclusão e Assistência Social – SEIAS, para tratar do convênio firmado com o Governo do Estado, que vem mobilizando recursos federais e estaduais, em igual proporção, na ordem de R$ 12 milhões. O investimento permitiu o lançamento de três editais para o financiamento de Arranjos Produtivos Locais de Baixa Renda – APLs, nos quais foram investidos, até agora, R$ 7 milhões, beneficiando cerca de 1.860 pessoas. No primeiro encontro, realizado na segunda-feira (03), o Governo de Sergipe propôs ao BNDES o lançamento de um quarto edital neste ano de 2020, visando ao investimento dos R$ 5 milhões restantes em novos projetos.
“Nós já tivemos experiências muito exitosas em outros editais e pudemos constatar a autonomia que nós demos para várias cooperativas do estado de Sergipe com esse investimento. O que estamos pleiteando é que, uma vez sanadas pendências de algumas entidades que ficaram, lancemos um novo edital, onde a gente possa contemplar cooperativas que envolvam mulheres; tentando mostrar para o BNDES o quanto isso é importante para o estado. Estamos vendo que, desde o ano passado, os técnicos estão empenhados em nos ajudar. O que nós queremos é, cada vez mais, dar autonomia financeira para as famílias de baixa renda e fortalecer as comunidades rurais do estado de Sergipe”, defendeu Eliane Aquino.
Metade dos recursos do convênio de fomento às APLs vem do Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza – Funcep, administrado pela SEAIS. O superintendente executivo da pasta, João Andrade, explica que um novo edital utilizaria o saldo decorrente dos editais anteriores. “Estamos nos preparando para lançar o IV edital com algumas inovações. Focado naqueles arranjos produtivos de baixa renda, para melhorar a qualidade de vida das comunidades no interior, com critérios que permitam uma maior presença de mulheres, jovens e que tragam características inovadoras, como energia limpa e controle de resíduos. Projetos inclusivos, principalmente nas cidades de menor IDH [índice de desenvolvimento humano], desenvolvendo a economia local e levando geração de renda para essas pessoas”, destacou.
Segundo Marcos Matias, gerente de economia solidária do BNDES, pelas regras do contrato vigente, até 2021, existe a possibilidade de um quarto edital de APLs ser lançado. “Em função do histórico do estado, dos projetos apoiados e da qualidade do trabalho feito pelo grupo, a iniciativa é bem vista pelo banco. Com essa vinda para cá, vamos tentar eliminar as últimas pendências dos editais anteriores e vemos com bons olhos a tentativa de fazer um quarto edital. Esse público, apoiado anteriormente, precisa disso, já que é um público vulnerável. É necessário que os entes públicos tenham um olhar diferenciado para essa população e o banco está voltado para essa agenda social em suas diversas vertentes, inclusive a parte de saneamento para a população mais vulnerável; meio ambiente e cultura”, disse.
Parceria UFS
Bruno Malburg, engenheiro no BNDES, participou da missão anterior do banco em Sergipe, em agosto de 2019. “Na reunião anterior era meu primeiro contato com a Secretaria, e vir aqui confirmou a impressão que eu tinha da secretaria, da seriedade do acompanhamento que a ela dá aos projetos dos APLs”, avaliou. Ponto importante destacado pelo técnico foi a participação de um novo ente público na estruturação e acompanhamento do novo edital, que é a Universidade Federal de Sergipe – UFS, através das coordenações dos cursos de Agronomia e Economia. “Eu achei uma ideia muito boa que foi colocada pela Secretaria, nós não tivemos a menor influência nisso. Por se tratar de um órgão de reputação, vai fornecer uma opinião isenta sobre o assunto, com qualidade”, considerou.