A ampliação dos atrativos turísticos no Nordeste, indo além do tradicional sol e mar, tem sido um desafio constante.

Nesse cenário, os geoparques Seridó (RN) e Araripe (CE) se destacam como exemplos de como o patrimônio geológico pode fomentar o turismo sustentável e fortalecer a economia em regiões afastadas das capitais.

Brasil tem três dos dez geoparques da América do Sul. Reconhecidos como Geoparques Mundial da Unesco estão: Araripe, no estado do Ceará; Seridó, no Rio Grande do Norte; e Caminhos dos Cânions do Sul, entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina

Geoparques e a interiorização do turismo

Os geoparques são capazes de estimular a criação de empresas locais inovadoras, novos empregos e cursos de treinamento de alta qualidade, à medida que novas fontes de receita são geradas por meio do geoturismo.  

Mas o que é geoturismo? É um tipo de turismo realizado em áreas naturais (pode também ocorrer em espaços urbanos), com fins sustentáveis, que se conecta com outras formas de turismo, como o ecoturismo (ressaltando que a geodiversidade condiciona a biodiversidade), turismo de aventura (utiliza-se nesse caso a geologia e a paisagem como pano de fundo), turismo cultural (com o uso de material geológico e sua relação com as sociedades locais, como arte rupestre, rochas de significados culturais). 

Confira abaixo como esses territórios têm transformado o turismo na região

Geoparque Seridó (RN)

Reconhecido pela UNESCO desde 2022, o Geoparque Seridó cobre seis municípios potiguares: Currais Novos, Parelhas, Lagoa Nova, Cerro Corá, Acari e Carnaúba dos Dantas. Com cerca de 2.800 km², a área abriga aproximadamente 120 mil habitantes.

Principais impactos:

• Infraestrutura turística: O aumento das pousadas e restaurantes tem estimulado o turismo local. Cerro Corá, por exemplo, passou de uma para oito pousadas.
• Capacitação local: Parcerias com o Sebrae e iniciativas público-privadas têm promovido a formação de profissionais locais, fortalecendo a oferta turística.
• Desenvolvimento sustentável: Projetos focados em preservação ambiental e turismo rural são fundamentais para o crescimento equilibrado.

Dados de crescimento:

Geopark Araripe (CE)

O Geopark Araripe, primeiro geoparque das Américas reconhecido pela UNESCO (2006), ocupa 3.779 km² e abrange seis municípios: Missão Velha, Barbalha, Juazeiro do Norte, Santana do Cariri, Nova Olinda e Crato.

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Destaques turísticos

• Geossítios: 11 locais prioritários, de um total de mais de 50 pontos de visitação.
• Ecoturismo e cultura: Atrações incluem a Chapada do Araripe, fontes naturais e o Museu de Paleontologia.
• Museus de território: Espaços integrados às comunidades, promovendo ecoturismo e turismo de aventura (rapel, trilhas).

Impacto econômico

Juazeiro do Norte, conhecido pelo turismo religioso, agora atrai mais de 2 milhões de visitantes por ano, muitos dos quais também exploram o geoparque. A diversificação turística inclui:

• Turismo comunitário: Serviços oferecidos por comunidades locais (hospedagem, alimentação, transporte).
• Turismo de aventura: Atividades como rapel e caminhadas ecológicas.

Tanto o Geoparque Seridó quanto o Araripe estão contribuindo para a interiorização do turismo, oferecendo experiências únicas que vão além do litoral. O geoturismo, ao integrar ciência, cultura e sustentabilidade, fortalece segmentos como o turismo rural, comunitário e de aventura, gerando oportunidades econômicas e promovendo a preservação ambiental.

Três Parques no Nordeste estão em processo junto a Unesco

1. Geoparque Caçapava do Sul (em desenvolvimento – BA)

Localizado na Chapada Diamantina, o projeto está em processo de candidatura junto à UNESCO. A área, rica em formações rochosas e cachoeiras, aposta no geoturismo e na preservação do patrimônio geológico como vetores de desenvolvimento sustentável.

2. Geoparque Uberaba (em candidatura – PI)

O estado do Piauí possui um potencial geoparque na região do Parque Nacional da Serra da Capivara. Conhecida mundialmente por seus sítios arqueológicos e pinturas rupestres, a área tem sido alvo de estudos e projetos para se tornar um geoparque reconhecido.

3. Geoparque Quixadá (CE)

Em fase de estudo, o município de Quixadá, famoso por suas formações rochosas (monólitos) e cenários de ecoturismo, possui potencial para integrar a rede global de geoparques.

Mais o que é um Geoparque da UNESCO?

Um geoparque é uma área geográfica que contém sítios geológicos de importância científica, educativa, cultural e turística. Esses locais são reconhecidos não apenas por suas formações rochosas ou fenômenos naturais, mas também pela relação com a história, cultura e biodiversidade da região.

Principais características de um geoparque:

• Patrimônio geológico: Preserva formações que revelam a história da Terra, como fósseis, cavernas, montanhas ou falhas tectônicas.
• Conservação: Busca proteger os recursos naturais e geológicos, promovendo o uso sustentável.
• Educação e ciência: Proporciona oportunidades de aprendizado sobre geociências e promove a pesquisa científica.
• Desenvolvimento sustentável: Estimula a economia local por meio do geoturismo, integrando as comunidades no processo.

Reconhecimento pela UNESCO

Os geoparques são reconhecidos pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) através da Rede Global de Geoparques (GGN). Esse reconhecimento significa que a área atende a critérios internacionais de preservação e desenvolvimento sustentável.

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Tipos de turismo em geoparques:

• Geoturismo: Exploração dos sítios geológicos e paleontológicos.
• Ecoturismo: Contato com a natureza, respeitando práticas sustentáveis.
• Turismo cultural: Valorização das tradições e do patrimônio histórico das comunidades locais.
• Turismo de aventura: Práticas como trilhas, rapel e escalada.

Objetivos dos geoparques:

1. Preservar: Proteger a geodiversidade e o meio ambiente.
2. Educar: Conscientizar sobre a importância do patrimônio geológico.
3. Desenvolver: Promover o turismo responsável e fortalecer as economias locais.

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