Na comunidade de São Paulinho, localizada no município de Teolândia, no território Baixo Sul da Bahia, o grupo de Mulheres Mais Direito e Saúde, vinculado à Associação dos Moradores e Agricultores de São Paulinho (Amasp), conquistou a autonomia financeira a partir da criação do Fundo Rotativo Solidário (FRS) do Baixo Sul. Trata-se de uma ferramenta que possibilitou, a partir do acesso ao crédito, a democratização das inovações agroecológicas das famílias agricultoras, além de garantir a continuidade e ampliação da produção de sequilhos e outros derivados da mandioca.
O Fundo Rotativo Solidário é uma ação inovadora promovida pela Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (Fase/Bahia), no âmbito do serviço de assistência técnica e extensão rural (Ater), ofertado pelo Governo do Estado, via contrato com o projeto Bahia Produtiva, e executado junto a organizações selecionadas no Baixo Sul.
A educadora técnica da Fase/BA, Aline de Sousa, explica que o Fundo Rotativo Solidário do Baixo Sul foi constituído a partir de uma intervenção socioeconômica da Fase Bahia com o grupo de mulheres, no sentido de permitir mais poder econômico para elas: “a ação buscou a autonomia econômica do grupo para o enfrentamento da situação de subserviência típica do patriarcado que impera, principalmente, nas comunidades rurais”.
A Associação capta esses recursos do Fundo Rotativo para a produção de alimentos processados, que são comercializados via Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e em Feiras da Agricultura Familiar e Economia Solidária. Além disso, o grupo tem a possibilidade de acessá-lo para proporcionar melhorias nos plantios de ciclos curtos.
Com esses recursos, o grupo ampliou, ainda, a produção de sequilhos, aqueles famosos biscoitinhos doces que derretem na boca. A trajetória para a produção desses biscoitinhos foi longa e, segundo a sócia-fundadora do Grupo de Mulheres, Vilma de Souza Santos, no começo houve dificuldades que, aos poucos, foram sendo superadas: “resolvemos montar a associação para começarmos a nos organizar para produzir e gerar renda. Participamos de um curso de produção de sequilhos, construímos um galpão com o apoio da comunidade e colocamos nossa cozinha dentro”.
Mas foi a partir do serviço de Ater, disponibilizado a partir da execução do projeto Bahia Produtiva, que tudo começou a mudar. “Foi a Fase quem constituiu o Fundo Rotativo Solidário, criado pelas próprias mulheres. Rotativo, porque ele roda em todos os grupos, e solidário, porque ele não tem tantos juros. Melhorou muito. Se de repente surge um pedido grande, agora a gente sabe que tem um dinheiro para as compras dos insumos. Antes, a gente não tinha a garantia, tomava emprestado de alguém e ficávamos nesse compromisso e responsabilidade. Hoje, não temos dificuldade. Foi um marco para o nosso grupo e o nosso empoderamento”, ressalta Vilma.
O Bahia Produtiva é um projeto executado pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), empresa pública vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), com cofinanciamento do Banco Mundial. A matéria faz parte da Revista Bahia Produtiva – Assistência Técnica e Extensão Rural promove transformações no rural baiano e pode ser conferida na íntegra acessando o link: https://issuu.com/sdrbahia/docs/revista-bahia-produtiva_sdr_2022.
Fonte: Ascom SDR/CAR