Durante III Jornada Mundial de Design, especialistas apontam Fortaleza como referência no incentivo ao Design no Brasil e discutem como expandir processos e produções que envolvam comunidades locais e a integração com o meio ambiente
Incorporar saberes locais, promover impacto social e ainda gerar integração e regeneração ambiental. Durante a III Jornada Mundial Design, especialistas como a curadora e jornalista Adélia Borges (SP), e os designers Eduardo Barroso (SC) e Jackson Araújo Bl(SP), Érico Gondim (CE) e Celina Hissa (CE) apontaram essas como sendo algumas das novas coordenadas culturais para os próximos anos. O encontro, que foi realizado entre os dias 23 e 26 de novembro pela Prefeitura de Fortaleza, reuniu profissionais, pesquisadores, estudantes e professores em torno do tema: “Design e literatura para um mundo em crise”.
Fortaleza é Cidade Criativa do Design pela UNESCO desde 2019. Para o vice-prefeito Élcio Batista, o design é um instrumento de transformação social. “O design deve ser usado como fator que desencadeia uma revolução cultural, social e econômica, e, sobretudo, pacífica. E é isso que a gente quer pra nossa cidade. É nisso que a gente aposta, é nisso que eu e o prefeito José Sarto acreditamos.”
Foram mais de 20 horas de conteúdos apresentados e debatidos em três instituições culturais da cidade: Senac Aldeota, Museu da Indústria e Museu da Imagem e do Som. Também foram ofertadas 20 oficinas, com mais de 60 horas de atividades práticas, nas áreas de design e escrita criativa, como lettering, tipos móveis, xilogravura, ficção científica regional, design editorial, design thinking, entre outras. As atividades aconteceram no Cuca Barra, Cuca José Walter, Cuca Mondubim, Cuca Jangurussu, Cuca Pici, Opa! Escola de Design, Escola de Artes e Ofícios, Casa da Cultura Digital, Laboratório de Tipografia da UFC, Vila das Artes e Senac Aldeota.
Segundo o presidente da Associação Ceará Design, Allyson dos Reis, a III Jornada Mundial de Design deixará seu legado positivo para Fortaleza. “Eventos como esse ajudam a construir um debate em torno da importância do Design como ferramenta de transformação de realidades.Tivemos um conteúdo rico e uma troca de ideias propositiva”, pontuou.
Durante palestra, Adélia Borges (SP), jornalista, pesquisadora, escritora, historiadora e curadora de design, destacou Fortaleza na linha de frente das iniciativas para o design. “Fortaleza e Ceará estão na liderança quanto a políticas públicas para o Design no Brasil. Fico feliz de ver a presença de tantas instâncias reunidas na Jornada. Esse é um sinal de maturidade.”, ressaltou.
Mais de 500 pessoas estiveram envolvidas na produção do encontro. A III Jornada Mundial de Design é uma realização da Prefeitura de Fortaleza, em parceria com o Sebrae; Senac-Ceará – Fecomércio; Instituto Cultural Iracema e Universidade de Fortaleza. O apoio é da Secretaria da Juventude, por meio da Rede Cuca e do Instituto de Juventude; da Associação Ceará Design; da Universidade Federal do Ceará, por meio do Departamento de Arquitetura Urbanismo e Design e do Instituto de Cultura e Arte; do Istituto Europeo de Design; da Federação da Indústria, por meio do Museu da Indústria, e do Instituto Mirante, por meio Museu da Imagem e do Som.
Praia de Iracema e MIS receberam programação no último dia da Jornada
No último dia da III Jornada Mundial de Design, o MIS sediou parte da programação, que contou a mesa “Design, Realidade Aumentada e Metaverso”, com Renan Lessa (Rito), Tiago Guimarães (Bugaboo Studio) e Ticianne Darin (UFC). Em seguida, teve a aula aberta “Aula Luz e as cores na Terra da Luz”, com Pablo Manyé.
No sábado, também foram realizadas apresentações artísticas paralelamente em lugares diferentes. No MIS, teve o concerto da Camerata de Cordas da UFC com temática sobre o Studio Ghibli, e com intervenção da equipe de Design Computacional, em que as cenas dos filmes eram exibidas e interagiam de acordo com as variações dos sons das músicas. O Studio Ghibli foi responsável por sucessos como “Princesa Mononoke”, “O Castelo Animado”, “A Viagem de Chihiro” e “O Reino dos Gatos”, entre outros.
A Mostra ICA, do Instituto de Cultura e Arte da UFC, levou 12 videodanças criadas pelo Laboratório de Dança e Multimídia do ICA, com parcerias externas e internacionais para o MIS. Os trabalhos tiveram acessibilidade para Libras e audiodescrição. Já em palco da Praia de Iracema, os talentos musicais do ICA Grupo Percussivo Acadêmicos da Casa Caiada, Baticum Proletário, Grupo Tresillo e Jackie X apresentaram-se integrando a programação da Feira Babado Fuá.
Encerrando oficialmente a programação da Jornada, a Rua dos Tabajaras, Praia de Iracema, recebeu a Feira Babado Fuá a partir da união do Babado Coletivo com Fuá da Sil. Foram mais de 30 expositores com marcas de produtos de Design, moda e arte, sendo dois de editoras, um de livraria e cinco de gastronomia.