O Maranhão se prepara para iniciar a exploração de petróleo próximo à linha do Equador. O local é conhecido como Margem Equatorial, e está em águas profundas e ultraprofundas. Esse “novo pré-sal brasileiro,” está prestes a se tornar o epicentro de investimentos que podem desenvolver economicamente o estado e o Brasil, na exploração de óleo e gás até 2028. O local é dito como desafiador e vai impulsionar o setor nos próximos anos.
A Margem Equatorial é uma região que compreende o litoral do Rio Grande do Norte ao Oiapoque (AP) e concentra as bacias Foz do Amazonas, Pará-Maranhão, Barreirinhas, Ceará e Potiguar.
De acordo com um estudo feito por três pesquisadores, entre eles, Allan Kardec, presidente da Companhia Maranhense de Gás (Gasmar), a Margem Equatorial tem capacidade de produzir 20 a 30 bilhões de barris de petróleo. Sendo que as Bacias do Pará-Maranhão e Barreirinhas têm viabilidade de produção de 400 milhões de barris. As estimativas apontam em 30 anos o lucro de R$ 14 bilhões na economia dos estados do Pará e Maranhão.
A concessão da Petrobras
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) liberou na semana passada a concessão para que a Petrobras iniciasse as atividades na Bacia Potiguar, no litoral do Rio Grande do Norte. A expectativa é que em breve o Maranhão também inicie a operação de exploração em seus blocos. Em entrevista a O Imparcial, Allan Kardec revelou que a Margem Equatorial promete transformar o cenário energético brasileiro e atrair a atenção de investidores em busca de oportunidades promissoras.
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De acordo com presidente da Gasmar, o estudo contratado pela companhia sobre a viabilidade das duas bacias deve ser apresentado nas próximas semanas.
“A Gasmar já trabalha “on shore” (em terra) a Bacia do Rio Parnaíba, onde o Maranhão está inserido. No mar tem duas bacias: a de Barreirinhas, que fica a Leste de São Luís e a bacia, que fica a Oeste que se chama Pará-Maranhão. Essas duas bacias foram licitadas e empresas compraram os blocos concedidos pelo estado brasileiro. Em Barreirinhas tem 14 blocos concedidos e do lado Pará-Maranhão tem cinco blocos concedidos. Embora Barreirinhas seja uma área menor, de todas as bacias da Margem Equatorial a que tem mais blocos licitados. Isso quer dizer que o apetite das empresas pela Bacia de Barreirinhas é grande e a que está mais adiantada com dois blocos de gás já comprovados. Em 10 anos podemos quintuplicar o PIB do Maranhão”,
ressaltou Allan Kardec.
O interesse das empresas petrolíferas
Allan Kardec ressaltou que com o crescente interesse em fontes de energia sustentável e com a perspectiva de novas descobertas de reservas de petróleo, a exploração na Margem Equatorial é de suma importância para o futuro energético do Brasil.
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O presidente da Gasmar acrescentou que além do potencial de recursos energéticos, a Margem Equatorial também abriga uma biodiversidade única, fazendo com que a exploração na região seja um desafio. Kardec afirmou que a conservação ambiental deve ser cuidadosamente considerada à medida que as atividades exploratórias avançam, visando proteger os ecossistemas marinhos sensíveis.