A governadora Fátima Bezerra oficializa nesta sexta-feira (8), às 10h, o envio à Assembleia Legislativa do projeto de lei que institui a Política Industrial do Rio Grande do Norte. A princípio, a cerimônia de assinatura acontece na sede da Federação das Indústrias do Estado (FIERN), em Natal, e marca um avanço estratégico no fortalecimento do setor produtivo potiguar.
Um marco para a indústria do RN
Fruto de um processo colaborativo entre o governo estadual e representantes da indústria, o projeto busca transformar o cenário econômico potiguar a partir de diretrizes voltadas à inovação tecnológica, geração de empregos qualificados, competitividade empresarial e crescimento regional equilibrado.
De acordo com a governadora, a nova política é uma resposta concreta à necessidade de planejamento de longo prazo para o setor, alinhando-se à agenda nacional de reindustrialização por meio da “Nova Indústria Brasil”, proposta pelo governo federal.
“Essa política nasce do diálogo técnico e democrático com o setor produtivo. É o nosso compromisso com a sustentabilidade, o desenvolvimento e a valorização das potencialidades econômicas do Rio Grande do Norte”, destacou Fátima Bezerra.
Plano Industrial Potiguar: foco no interior e nas vocações regionais
Um dos principais pilares da proposta é a criação do Plano Industrial Potiguar, com validade de dez anos, garantindo continuidade mesmo diante de mudanças de gestão. Entretanto, o plano prevê ações específicas para a interiorização da atividade industrial, descentralizando investimentos e fortalecendo as cadeias produtivas locais.
Assim, a proposta também visa estimular a diversificação econômica com base nas vocações produtivas de cada região, como forma de impulsionar oportunidades e reduzir desigualdades territoriais.
Setores estratégicos que serão beneficiados
A nova política industrial contempla uma série de segmentos já consolidados no estado e com grande potencial de expansão. Entre os principais setores beneficiados estão:
| Segmento Industrial | Potencial no RN |
|---|---|
| Energias Renováveis | Destaque nacional em energia eólica e solar |
| Petróleo e Gás | Produção terrestre e offshore com forte presença |
| Mineração | Riqueza em ferro, calcário, caulim e outros minérios |
| Metalurgia | Potencial em insumos para construção e exportação |
| Construção Civil | Cadeia produtiva ativa em todo o território |
| Confecções | Forte presença no interior e geração de emprego |
| Sal | Maior produtor do Brasil, com destaque para o litoral |
| Alimentos e Bebidas | Diversificação e valor agregado à produção local |
Além disso, setores emergentes ligados à tecnologia da informação, biotecnologia, economia do mar e serviços industriais também devem ser contemplados com ações específicas de incentivo.
Segurança jurídica e continuidade
A governadora ressaltou que o texto legal foi elaborado para garantir segurança jurídica e estabilidade institucional, assegurando que as políticas públicas industriais não fiquem vulneráveis a alterações políticas.
“Estamos institucionalizando uma estratégia sólida, capaz de atravessar gestões e oferecer um ambiente de confiança ao investidor, ao empreendedor e ao trabalhador”, reforçou.
Proedi será mantido como base de apoio
A nova política industrial se soma ao já existente Programa de Estímulo ao Desenvolvimento Industrial (Proedi), reformulado em 2019. Atualmente, o programa beneficia mais de 300 empresas, responsáveis por cerca de 55 mil empregos diretos e indiretos.
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Indústria como vetor de desenvolvimento
Para o presidente da FIERN, Roberto Serquiz, a iniciativa estadual é fundamental em um momento de reposicionamento da indústria no cenário global:
“O Brasil vive um processo de desindustrialização desde os anos 1990, e o Rio Grande do Norte reflete esse cenário. A nova política industrial representa uma virada estratégica, pois a indústria é o setor que mais gera empregos de qualidade, impulsiona a tecnologia e tem papel central no desenvolvimento nacional.”
além disso, ele também enfatizou a importância da nova legislação diante da Reforma Tributária, que exige dos estados planejamento e políticas consistentes para atrair e manter investimentos.
Portanto, a iniciativa do Governo do Rio Grande do Norte, que atualmente tem seu PIB baseado no Petróleo, Turismo (serviço) e Agronegócio (exportação), vai dar mais oportunidades a um segmento com grande potencial no Nordeste, que vem atraindo grandes players e que pode mudar economicamente uma região como um todo.
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