Estado do Nordeste aumenta 626% número de pessoas com ensino superior completo

Universidade Federal do Maranhão. foto: Ascom/UEMA
Universidade Federal do Maranhão. foto: Ascom/UEMA

O cenário educacional do Brasil tem passado por transformações significativas nas últimas duas décadas. E um estado do Nordeste é um dos destaques desse progresso. De acordo com dados do Censo Demográfico 2022: Educação: Resultados Preliminares da Amostra do IBGE, o Maranhão alcançou um aumento de 626% entre 2000 e 2022 no número de pessoas com 25 anos ou mais que concluíram o ensino superior na região.

Maranhão avança na Educação Superior

Em 2022, o Distrito Federal liderou o ranking de unidades federativas com a maior proporção de pessoas com nível superior completo: 37% da população com 25 anos ou mais. Em segundo lugar, aparece São Paulo, com 23,3%. No outro extremo, o Maranhão registrou a menor proporção, com apenas 11,1% da população nessa faixa etária com ensino superior concluído. Vale destacar que, em 2000, o Maranhão tinha apenas 1,9% de sua população com diploma universitário, enquanto o Distrito Federal já contava com 15,3%.

Desigualdades de gênero e raça

A pesquisa também revela disparidades significativas quando analisamos os dados por gênero e raça. Em 2022, 20,7% das mulheres com 25 anos ou mais tinham nível superior completo, enquanto entre os homens essa proporção foi de 15,8%. Além disso, a parcela da população sem instrução ou com ensino fundamental incompleto era maior entre os homens (37,3%) do que entre as mulheres (33,4%).

Quando o foco é a raça, os dados mostram avanços, mas também evidenciam desigualdades persistentes. A proporção de pessoas pretas com ensino superior completo cresceu 5,8 vezes entre 2000 e 2022, passando de 2,1% para 11,7%. Já entre os pardos, o aumento foi de 5,2 vezes, saindo de 2,4% para 12,3%. A população branca, por sua vez, teve um crescimento de 2,6 vezes, variando de 9,9% para 25,8%. Apesar do avanço, a proporção de brancos com diploma universitário ainda é mais que o dobro da observada entre pretos e pardos.

A população de cor ou raça amarela se destaca, com 44,1% das pessoas com 25 anos ou mais tendo concluído o ensino superior, além de apresentar a menor proporção de indivíduos sem instrução ou com fundamental incompleto (17,6%).

Avanços na frequência escolar

Outro ponto positivo é o aumento da frequência escolar em todas as faixas etárias até os 17 anos. Entre as crianças de 0 a 3 anos, a taxa de frequência escolar bruta saltou de 9,4% em 2000 para 33,9% em 2022. Na faixa de 4 a 5 anos, o crescimento foi de 51,4% para 86,7%. Para o grupo de 6 a 14 anos, próximo da universalização, a taxa subiu de 93,1% para 98,3%. Já entre os jovens de 15 a 17 anos, a frequência escolar aumentou de 77,4% para 85,3%.

Estudantes em sala de aula
Estudantes em sala de aula

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Evolução do ensino superior no Brasil (2000 vs. 2022)

Indicador20002022Crescimento
População com 25+ e ensino superior completo6,8%18,4%2,7 vezes
População preta com 25+ e ensino superior completo2,1%11,7%5,8 vezes
População parda com 25+ e ensino superior completo2,4%12,3%5,2 vezes
População branca com 25+ e ensino superior completo9,9%25,8%2,6 vezes
População sem instrução ou fundamental incompleto63,2%35,2%Redução de 44%

Investir em políticas públicas é o melhor caminho

O crescimento de 626% no número de pessoas com ensino superior completo no Maranhão é um marco importante para a região, que historicamente enfrenta desafios educacionais e socioeconômicos. No entanto, os dados também mostram que as desigualdades regionais, de gênero e raça ainda são uma realidade no Brasil.

Investir em políticas públicas que ampliem o acesso à educação de qualidade, especialmente para grupos vulneráveis, é essencial para garantir que o progresso educacional seja inclusivo e sustentável.

O aumento da frequência escolar em todas as faixas etárias é um sinal positivo, mas ainda há um longo caminho a percorrer para reduzir as disparidades e construir um futuro mais igualitário para todos os brasileiros.

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