Pesquisa realizada pela Fundação Dom Cabral (FDC) aponta fatores fundamentais para crescimento das empresas

Realização de fusões ou aquisições, reinvestimento de lucros e recrutamento de novos colaboradores. Esses são alguns dos fatores apontados por uma pesquisa realizada pela Fundação Dom Cabral (FDC) como fundamentais para que empresas cresçam de pequeno para médio porte de maneira sustentável e, assim, alcance novos mercados e movimente ainda mais a economia. No Brasil, um porcento das empresas privadas são consideradas de médio porte, o que significa um universo de 67 mil negócios. Elas são responsáveis por 20% dos empregos e 25% da massa salarial interna. Na Paraíba, dados da Receita Federal apontam que são quase 6 mil médias e grandes empresas no estado.

A pesquisa também apontou como outros fatores de crescimento das empresas, na contramão do senso comum, a utilização de estratégias mirando alto valor agregado, ignorando a redução de preços para ganhar volume e mercado: foco em mercado de nicho, inovação de produtos e serviços, venda com altas margens de lucro e customização.

De acordo com o especialista da FDC, Horácio Forte, é determinante a construção de um planejamento estratégico para que a empresa aumente seu porte. “Assim ela poderá definir claramente onde ela está e onde quer chegar em determinado espaço de tempo, com uma visão para os próximos três ou cinco anos. Depois disso, deve verificar que estrutura é necessária e quais as políticas de sustentação são precisas para cumprir essa estratégia”, afirma.

Ele ainda diz que é fundamental que qualquer empresário seja disciplinado e trabalhe com o conceito CDF – cadência, disciplina e foco. “A maior tentação do empresário é primeiro montar toda sua estrutura e depois juntar o seu time e perguntar que estratégia vai ser seguida. Às vezes esse caminho dá certo mas, na maioria das vezes, dá errado”, argumenta.

Segundo ele, é importante que o empreendedor tenha a PPP, pausa para pensar, definindo primeiro sua estratégia e, em seguida, sua estrutura. “Além disso, para que o crescimento ocorra é preciso ter em mente que empresas só crescem se tiverem pessoas bem recrutadas, bem treinadas e motivadas. Essas pessoas precisam trabalhar com processos que seja rápidos, ágeis e transparentes, para que possam ir ao encontro das necessidades dos seus clientes, porque assim os clientes serão mais fiéis aos seus produtos e serviços, consequentemente demorarão mais tempo na sua carteira e, assim, oxigenarão o caixa da empresa por mais tempo”, arremata.

Barreiras para o crescimento – O estudo também apontou que as principais barreiras para o crescimento das médias empresas no país são os excessos e a complexidade das regulamentações estatais, o alto custo do capital, investimentos frustrados em inovação e com conselhos administrativos ineficientes.

A pesquisa – O estudo, realizado pela Fundação Dom Cabral (FDC) ouviu 779 empreendimentos. Foram analisadas estruturas que têm entre 50 e 499 funcionários ou que registraram faturamento anual entre 4,9 milhões de reais e 300 milhões de reais. Os resultados têm uma margem de confiança de 95% e de erro na ordem de 3,5%.