Com uma trajetória marcada por estudo contínuo e atuação na pesquisa aplicada, o engenheiro mecânico Felipe da Silva Frutuoso, 39 anos, alcançou um feito histórico: foi o primeiro colocado no concurso nacional para professor do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) na área de Mobilidade Sustentável. Ele integrará o corpo docente do novo campus da instituição, que está sendo implantado no Ceará.
Nascido no Rio Grande do Norte e morador do Ceará desde a adolescência, Felipe lembra que a chegada ao estado representou, para sua família, um recomeço e uma chance de trilhar novos caminhos. Foi em solo cearense que consolidou sua formação, construiu carreira e acumulou experiências que o levaram a essa conquista inédita.
Ao receber o resultado, ele conta ter vivido um momento de incredulidade. “Sempre enxerguei o ITA como algo distante, quase inalcançável. Nunca imaginei que esse reconhecimento chegaria tão cedo”, descreve.
Felipe também ressalta o simbolismo de um professor nordestino integrar o quadro docente do campus cearense. “É uma conquista que carrega representatividade e reforça a importância da região para a formação de talentos. O Ceará sempre esteve entre os estados que mais aprovam alunos no ITA. Agora, ter um professor daqui tem um peso enorme.”

Formação sólida e atuação estratégica
A trajetória acadêmica de Felipe reúne passagens por instituições de excelência. Ele é graduado em Engenharia Mecânica, possui mestrado em Ciências Físicas Aplicadas, Energias e Meio Ambiente pela Universidade Estadual do Ceará (UECE) e atualmente cursa doutorado em Engenharia Mecânica na Unicamp.
Paralelamente, atua como pesquisador e especialista técnico do Senai Ceará, desenvolvendo projetos voltados à mobilidade sustentável e à transição energética — áreas centrais para o avanço das cidades do futuro e para a modernização industrial.
Resiliência moldada desde a juventude
O resultado do concurso também reacendeu lembranças de um episódio que, anos atrás, o fez duvidar de si. Aos 15 anos, Felipe tentou ingressar, com bolsa, em um curso preparatório para o ITA em uma escola particular, mas não conseguiu ser selecionado. Hoje, vê na aprovação um ciclo que se fecha.
“É impossível não lembrar daquele momento. É uma prova de que persistir vale a pena. Até agora, ainda me parece inacreditável ter sido aprovado”, relata.
Sua entrada no mercado de trabalho também começou cedo: atuou como técnico em manutenção automotiva aos 15 anos. Desde então, acumulou experiências na indústria têxtil, construção civil, no acompanhamento da instalação da siderúrgica do Pecém e como docente em cursos técnicos — trajetória que, segundo ele, foi fundamental para construir o profissional que se tornou.
Seleção disputada e vaga única
O concurso lançado em julho oferecia apenas uma vaga em todo o país para a área de Mobilidade Sustentável. Ao todo, 15 candidatos participaram da seleção, mas apenas um seria aprovado — e Felipe alcançou o primeiro lugar.
A vaga está vinculada à Divisão de Engenharia de Energia, no Departamento de Gestão e Planejamento Energético (IEN-P), unidade responsável pela área de Mobilidade Sustentável no novo campus do ITA em Fortaleza.
Felipe afirma que escolheu essa especialidade por afinidade direta com sua atuação profissional. “É uma área em que venho acumulando experiência há muitos anos. Faz parte da minha trajetória acadêmica e técnica.”
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