Empresa alagoana é selecionada para o Google for Startups Accelerator
O Bothub, sistema desenvolvido pela empresa de tecnologia da informação Ilhasoft, foi um dos escolhidos para o programa de aceleração
O Google anunciou as 10 startups que vão participar da 5ª turma do Google for Startups Accelerator e entre os nomes está o Bothub, sistema de Inteligência Artificial criado pela empresa alagoana Ilhasoft. Com a mentoria de especialistas renomados, o programa terá início hoje, 13 de abril.
A iniciativa, na sua primeira edição 100% online em decorrência da pandemia do novo Coronavírus, tem como objetivo contribuir para que o ecossistema de startups brasileiro continue trilhando o caminho da inovação, construindo tecnologias impactantes. O projeto oferecerá durante três meses suporte e ferramentas para ajudar tecnicamente empresas que já têm um produto consolidado, mas que ainda enfrentam obstáculos específicos.
Os encontros virtuais pretendem aprimorar conhecimentos particulares dos empreendedores, para que eles tornem seus processos mais eficientes e escalem seus negócios.
A Ilhasoft é uma empresa de Inteligência Artificial e automação da comunicação que desenvolve tecnologias para facilitar e acelerar o relacionamento entre as organizações (públicas, privadas e ONGs) e o público. Foi neste contexto que o time desenvolveu suas principais plataformas: Push Chatbots e Bothub. A primeira é responsável pela criação de fluxos de conversas automáticas e disparos de mensagens. Enquanto a segunda é um sistema de processamento de linguagem natural, ramo da Inteligência Artificial que faz com que as máquinas entendam o que as pessoas falam ou escrevem. Esses produtos não necessariamente estão atrelados, mas, quando juntos, formam uma solução inteligente e robusta para resolver problemas complexos.
O John Cordeiro, sócio-fundador e líder do time Bothub, contou que a Ilha, como é chamada pela equipe, trabalha há 5 anos desenvolvendo robôs conversacionais (chatbots) e foi assim que perceberam dois grandes problemas no processamento da linguagem natural: as maiores plataformas do mercado não possuem conjuntos de dados textuais facilmente acessíveis a todos e vários idiomas são desconsiderados por elas. “Vivemos no Brasil, um país cujo idioma é sempre generalizado para o português de Portugal, criando problemas para quem daqui quer prover soluções inovadoras que dependem de conteúdo de texto. Afinal, temos as nossas expressões próprias”, acrescentou.
O Bothub nasceu da necessidade de se abrir um espaço no qual gente de diferentes lugares e níveis de conhecimento contribuíssem para a construção de uma comunidade colaborativa. Trata-se de uma plataforma aberta e democrática para criar, treinar e traduzir conjuntos de dados textuais em vários idiomas e até dialetos. A ferramenta permite que as pessoas tenham acesso rápido a inteligências prontas para aplicarem em seus produtos, bem como contribuam com novos treinamentos de frases e traduções.
Este projeto teve o apoio do UNICEF Innovation Fund e tem uma meta ambiciosa: tornar-se o maior e melhor sistema aberto de processamento de linguagem natural do mundo.
TEXTO – LAIS PADILHA