As pesquisas mais recentes do instituto Real Time Big Data, divulgadas entre o fim de novembro e o início de dezembro de 2025, traçam um cenário desigual nos nove estados do Nordeste. A princípio, alguns palanques já mostram nomes consolidados. Contudo, outras corridas permanecem competitivas e com alto índice de eleitores indefinidos.
A princípio, no cenário atual, a influência das campanhas presidenciais. Em especial, a articulação em torno das figuras de Lula e do bolsonarismo — atua como fator de mobilização e travamento em diferentes estados.
Metodologia e aviso sobre datas
O portal NE9 analisou os dados da Real Time Big Data para intenção de voto, nas pesquisas divulgadas pelo Real Time Big Data entre 24 de novembro e 3 de dezembro de 2025 (amostras típicas: 1.200 entrevistas por estado; margem de erro ~3 p.p.).
Confira o panorama atual no Nordeste para eleições 2026
Maranhão — Eduardo Braide com vantagem em cenários testados
O levantamento mostra Eduardo Braide (PSD) liderando os cenários estimulados para o governo do Maranhão, mantendo vantagem consistente sobre adversários testados. A pesquisa reforça o posicionamento do prefeito de São Luís como favorito na primeira rodada das simulações.
Piauí — Rafael Fonteles (PT) como favorito consolidado
No Piauí, o atual governador Rafael Fonteles (PT) figura como líder em todos os cenários avaliados. Ao mesmo tempo, ele tem margem confortável frente aos adversários nos testes do instituto. A estabilidade do candidato do PT indica baixa volatilidade por ora.
Ceará — disputa entre nomes tradicionais e força regional de Ciro/Elmano
No Ceará, as sondagens indicam Elmano de Freitas (PT) e o ex-ministro Ciro Gomes como protagonistas das simulações mais competitivas; a avaliação do governador atual também apresenta índices positivos de aprovação. O quadro aponta disputa com forte componente regional e personalidades de projeção nacional.
Rio Grande do Norte — cenário competitivo com Alysson Bezerra e Rogério Marinho
O RN aparece com Alysson Bezerra (União Brasil) e o senador Rogério Marinho (PL) em posições de liderança nos cenários testados, em uma disputa que ainda registra alta parcela de eleitores sem candidato definido — um fator que pode alterar rumos com alianças e apoios.
Paraíba — Cícero Lucena (MDB) em vantagem nos cenários realizados
A pesquisa aponta Cícero Lucena, prefeito de João Pessoa, liderando os cenários estimulados para o governo da Paraíba. Lucena abre diferença, mas tem maior rejeição, diferente do atual vice governador, Lucas Ribeiro, que vem em crescente em assumir o cargo ainda, com menor rejeição, o que sugere uma mudança de cenário mais na frente.
Pernambuco — João Campos (PSB) na dianteira
Em Pernambuco, o levantamento coloca o prefeito do Recife João Campos (PSB) à frente em cenários testados em 2025, com vantagem relevante sobre adversários estaduais — quadro que sugere consolidação precoce do nome do PSB no estado.
Alagoas — disputa com nomes fortes e liderança de pré-candidatos locais
As sondagens em Alagoas mostram cenários competitivos entre nomes os dois atuais nomes do momento, o prefeito da capital JHC e o ministro Renan Filho, com leve vantagem do prefeito do PL. Os resultados mais recentes trouxeram praticamente empate técnico ou vantagem restrita a figuras locais com apelo eleitoral.
Sergipe — Fábio Mitidieri aparece como favorito à reeleição
No estado, o atual governador Fábio Mitidieri (PSD) surge liderando todos os cenários testados e com índices elevados de aprovação, segundo o levantamento — fator que o coloca em posição confortável rumo à reeleição.
Bahia — ACM Neto (União) com vantagem sobre o nome do PT em cenários testados
A pesquisa registrada na Bahia mostra ACM Neto (União Brasil) à frente em ao menos um cenário testado frente ao governador Jerônimo Rodrigues (PT), indicando vantagem do ex-prefeito de Salvador nas simulações divulgadas pelo instituto.
Tendências regionais e pontos de atenção
- Alta taxa de indecisos em vários estados. Em diversas sondagens estaduais, parcela relevante do eleitorado permanece sem definição — variável que aumenta a volatilidade e abre espaço para mudanças nos próximos meses.
- Forças locais prevalecem, mas palanques nacionais pesam. Em estados onde nomes locais (prefeitos, senadores, governadores) são competitivos, a capacidade de costurar apoios federais e associar-se a candidaturas presidenciais pode fazer diferença na reta final.
- Juventude e renovação como tema mobilizador. Em vários estados, campanhas que dialogam com renovação e geração de empregos aparecem bem recebidas entre jovens e eleitores urbanos. Desse modo, esse é o público com maior probabilidade de decidir próximo à eleição.
A influência de Lula e do bolsonarismo no Nordeste
- Lula (PT): a presença de Lula e a marca do PT no Nordeste continuam fortes. Dessa forma, o presidente registra índices de aprovação que ajudam candidatos alinhados ao seu campo a manter bases consolidadas no Nordeste, sobretudo em estados com histórico de apoio ao PT. Pesquisas nacionais recentes também mostram Lula competitivo frente a alternativas de direita, o que repercute localmente na mobilização de apoios e convocações de militância.
- Bolsonarismo / direita: Já o bolsonarismo tem diferentes níveis de penetração no Nordeste. Em alguns estados a direita organizou nomes competitivos (senadores, ex-prefeitos, lideranças regionais) que alimentam palanques fortes. Contudo, episódios recentes — como articulações em torno de nomes ligados ao clã Bolsonaro — podem fragmentar o apoio ou, em cenários onde houver unidade, realinhar eleitorado conservador. notícias recentes sobre movimentações da família Bolsonaro refletem esse papel de catalisador e risco de dispersão do eleitorado de direita.
Dessa forma, a polarização nacional (Lula x campo de direita) funciona como força de atração — candidata(o)s alinhados se beneficiam de estrutura e visibilidade — mas não é determinante sozinho. A disputa estadual continua muito influenciada por lideranças locais, históricos de gestão e fatores econômicos regionais.
O que observar até as convenções
- Alianças nacionais x alianças locais: quem consolidar apoio presidencial e, ao mesmo tempo, manter arranjos regionais terá vantagem estratégica.
- Taxa de indecisos: se cair de forma abrupta para um dos nomes, pode selar resultados.
- Campanhas de rua e presença digital: estados com grande eleitorado urbano podem ver viradas por campanhas digitais bem segmentadas. (tendência observada nas pesquisas e no comportamento eleitoral recente).
O levantamento Real Time Big Data (final de novembro / início de dezembro de 2025) mostra um Nordeste com alguns palanques já definidos e outros ainda abertos — cenário que, até a data limite desta apuração, mantém viva a disputa pelos governos estaduais.
Portanto, a influência das campanhas presidenciais (Lula e forças do campo conservador/bolsonarista) atua como multiplicador de apoios, mas a decisão final tende a depender da combinação entre forças nacionais e arranjos regionais. Afinal, a dinâmica permanece fluida; o volume de indecisos e a capacidade de fechar coligações serão determinantes para o desfecho em 2026.
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