Fundada por Filipe Martins, a Giross começou a operar em 2018. Durante a pandemia, ele apostou no atendimento a grandes empresas
Foi durante uma palestra da faculdade de engenharia de produção que Filipe Martins, 27 anos, ouviu o termo “startup” pela primeira vez. Morando na cidade de Brumado, interior da Bahia, ele não tinha contato com aplicativos como Uber e 99, e ficou encantado com a ideia de usar a inovação para resolver um problema. Ele fundou a Giross, app de transporte de pessoas e delivery que atende marcas como Arezzo, Drogasil, Subway e Pague Menos. Focando no Nordeste, a empresa atende 90 cidades e faturou R$ 2 milhões em 2021.
Após ter a ideia do negócio, em 2016, o empreendedor passou dois anos desenvolvendo o aplicativo. A dificuldade veio especialmente da falta de conhecimento do setor. “Eu não tinha experiência e tive de buscar empresas de tecnologia. Foi quando descobri outros aplicativos de transporte”, afirma. “Também foi difícil encontrar programadores, mas consegui encontrar um profissional em Vitória da Conquista, cidade próxima à Brumado.” O investimento inicial foi de R$ 11 mil.
Então, o trabalho de Martins se tornou explicar para as pessoas o que era o aplicativo. Para isso, foi necessário quebrar algumas barreiras — especialmente com os motoristas.
“Aceitamos apenas profissionais com documento em dia e sem antecedentes criminais, e eles ficavam com muito medo de passar os dados pessoais. Como os aplicativos ainda não eram comuns, foi um grande trabalho conseguir os primeiros prestadores de serviço”, afirma.
O empreendedor decidiu que ele mesmo conversaria com os motoristas, indo a lugares que sabia que os profissionais costumavam ficar. “Em cidade pequena, a cada esquina tem dois ou três motociclistas”, diz Martins. “Então eu explicava as vantagens de utilizar o aplicativo. Com muita insistência, eu consegui que alguns cedessem e os outros ficassem mais confiantes.”
A primeira versão foi lançada em setembro de 2018, oferecendo primeiramente o serviço de transporte de pessoas por motocicletas. Para atrair os clientes, o empreendedor fornecia um crédito para testar as primeiras viagens. Três meses depois que o aplicativo foi lançado, o ele já começou a expandir para cidades próximas.
No meio de 2019, Martins decidiu também oferecer o serviço de delivery para empresas. Ele não sabia na época, mas a estratégia seria fundamental para que a empresa continuasse operando durante a pandemia do coronavírus. “Ninguém estava saindo de casa, então não tínhamos passageiros e a única esperança era o delivery. Focamos totalmente nas empresas”, diz Martins. “Muitas delas estavam desesperadas sem poder fazer entregas, e nós pudemos ajudar com a logística. Essa oportunidade nos fez crescer muito”
A startup continua oferecendo transporte de pessoas, mas o serviço hoje corresponde a apenas 3% do negócio. O objetivo é continuar crescendo no Nordeste, faturar R$ 6 milhões em 2022 e buscar investimento no ano que vem.
FONTE: Pequenas Empresas Grandes Negócios