Mais do que uma série de movimentos, em teoria, coordenados, a dança é uma manifestação de liberdade, que desafia normas e cria formas de comunicação autênticas. Um documentário paraibano, produzido pela Tuia Filmes, traz a dança sob a perspectiva de sua relação com os espaços urbanos e o acesso à cultura e ao lazer.
‘Como se ninguém estivesse olhando’ é o título do curta dirigido pela jornalista Gi Ismael e que foi gravado recentemente em João Pessoa. A proposta do documentário valoriza os sentimentos de identidade e desprendimento para mostrar que o ato de dançar em público vence a invisibilidade de muitas pessoas.
“Um dos meus maiores divertimentos é ir para shows e eventos musicais, mas minha timidez me faz curtir de forma um pouco mais contida. E, inevitavelmente, sempre gostei de observar, admirada, aquelas pessoas que não tem inibição alguma de dançar próximas ao palco, de ser a plateia que se destaca e que mostra uma expressão corporal potente. Com este trabalho quis entender como essas pessoas enxergam esse momento de desinibição e como entendem a relação entre a dança e os espaços urbanos”, explica.
Inspiração
O título ‘Como se ninguém estivesse olhando’ foi inspirado na expressão “dance como se ninguém estivesse olhando”, frase usada ao redor do mundo, popularizada pelo educador William Purkey, habitualmente usada para definir momentos de desprendimento e liberdade. Para Gi Ismael, a dança surge como uma expressão que rompe tensões, rotinas e conceitos.
O curta documental trouxe, ainda, a proposta de colocar em primeiro plano pessoas que são por vezes invisibilizadas pela sociedade, mas que assumem o papel de protagonistas no cenário cultural e urbano de João Pessoa.
“Unimos quatro personagens. Uma idosa, um carregador de malas, uma MC e uma dançarina profissional e foi belíssimo observar e poder traduzir em imagens os sentimentos de cada um deles com aquele momento, onde a dança liberta, traz vida e emana plenitude”, explica Gi Ismael.
Fazer a economia criativa girar
O curta ‘Como se ninguém estivesse olhando’ é um projeto viabilizado pela Lei Paulo Gustavo, aprovado pela Secretaria Estadual de Cultura. Para Gi Ismael, os projetos incentivados possibilitam uma melhor profissionalização da economia criativa e permitem o fortalecimento da cultura como um mercado gerador de mão de obra.
“Executar um produto de audiovisual a partir de uma lei de incentivo permite uma maior profissionalização do nosso trabalho. Como poder montar e gerenciar uma equipe especializada e conseguir melhores resultados”, explica. “É muito comum jovens cineastas acumularem funções para tornar um projeto realidade. Hoje, vejo a engrenagem de profissionais envolvidos funcionando e entendo o quanto a economia criativa tem relevância e força”, completou.
Primeira experiência
A produção de ‘Como se ninguém estivesse olhando’ também marca a primeira experiência de Gi Ismael como diretora no mercado cinematográfico profissional.
Ela conta que a escolha pelo gênero documental tem fortes ligações com a profissão de Jornalista. “Sempre gostei de ouvir e contar histórias e quis imprimir essa habilidade para trazer esse aspecto de dançar como uma forma de ‘desopressão’”, comentou.
‘COMO SE NINGUÉM ESTIVESSE OLHANDO’
Sinopse:
Em suma, o curta documental percorre a vida urbana em busca do público “beira de palco” de um show. Pessoas que transformam ruas e salões em suas salas de casa. Um registro no qual a entrega ao lazer e à música se juntam à expressão corporal, à diversão, ao desprendimento. Desse modo, sentir através das performances de personagens reais completamente imersas em suas desopressões.
Ficha técnica
Argumento, direção, roteiro e edição: Gi Ismael
Roteiro e trilha sonora: Matheus Pimenta
Produção executiva: Tuia Filmes / Atua Comunicação Criativa
Assistência de produção: Diego Lima
Equipe audiovisual: Jobs Films
Fotografia still: Natália Di Lorenzo
Assessoria de imprensa: Lide Comunicação Estratégica