Em 24 de maio, o Brasil celebra o Dia Nacional do Café, data instituída pela ABIC (Associação Brasileira da Indústria do Café) para marcar o início oficial da colheita nas principais regiões cafeeiras do país.
Bahia, Pernambuco, Ceará e outros estados mostram força em qualidade, inovação e sustentabilidade na cafeicultura
Embora os maiores volumes ainda venham do Sudeste, o Nordeste tem se firmado como um polo de excelência na produção de cafés especiais, com destaque para grãos de altitude, cultivados de forma sustentável e com sabores singulares que têm conquistado prêmios e paladares exigentes.
Produção nordestina de café cresce em qualidade e valor agregado
Nos últimos anos, estados como Bahia, Pernambuco, Ceará e Paraíba têm se destacado não apenas pelo aumento da produção, mas também pelo refinamento dos processos, desde o cultivo até a torra. Em especial, a Bahia lidera com regiões como a Chapada Diamantina e o Planalto de Vitória da Conquista, onde o clima e a altitude favorecem a produção de cafés suaves, aromáticos e de alto valor no mercado internacional.
Enquanto isso, o Maciço de Baturité, no Ceará, e a região de Taquaritinga do Norte, em Pernambuco, preservam tradições centenárias e combinam métodos agroflorestais com inovação tecnológica, resultando em grãos com identidade regional forte e crescente valorização.
Principais regiões produtoras de café no Nordeste
Estado | Região Produtora | Altitude Média | Perfil Sensorial Típico | Características Notáveis |
---|---|---|---|---|
Bahia | Chapada Diamantina, Planalto de Conquista, Cerrado Baiano | 800–1.200 m | Notas florais, frutado, acidez equilibrada | Premiações BSCA, cultivo orgânico |
Pernambuco | Taquaritinga do Norte, Garanhuns, Brejo da Madre de Deus | 700–1.000 m | Cítrico, achocolatado, corpo médio | Tradição centenária e qualidade regional |
Ceará | Maciço de Baturité | 600–900 m | Suave, castanhas, frutas secas | Café sombreado, produção agroecológica |
Paraíba | Brejo Paraibano | 500–800 m | Doce, corpo leve, notas de mel | Pequenos produtores e cultivo sustentável |
Piauí | Oeiras e Simplício Mendes | 500–700 m | Caramelo, nozes, baixa acidez | Região emergente e de grande potencial |
Café do Nordeste: mais que sabor, uma experiência cultural

O café nordestino não se limita à produção agrícola. Ele movimenta a economia, impulsiona o turismo rural e fortalece a cultura local. Feiras, cafeterias de origem, marcas autorais e torrefações artesanais estão surgindo em capitais como Salvador, Recife e Fortaleza, criando um novo cenário para os apaixonados por café.
Além disso, o consumo consciente e a busca por cafés com rastreabilidade e práticas sustentáveis têm aumentado, colocando o Nordeste no radar de especialistas e compradores internacionais.
O futuro do café nordestino
Portanto, com investimentos em qualificação técnica, cooperativismo e inovação, a produção de café no Nordeste deve continuar em expansão. Afinal, as condições climáticas, aliadas ao manejo responsável e à criatividade dos produtores locais, prometem colocar a região entre as referências em cafés especiais do Brasil.
Neste Dia Nacional do Café, fica o convite: descubra o Nordeste pela xícara.
LEIA TAMBÉM
– Nordeste ganha destaque internacional com urânio e lítio
– Cesta Básica no Nordeste registra queda e os menores preços entre as capitais
– Turismo solo: Nordeste tem destinos ideais para viajar só