O Nordeste é uma região rica em diversidade, história e talento. Muitas personalidades nordestinas contribuíram para o desenvolvimento do Brasil e do mundo em diversas áreas, como a cultura, a ciência e a política. Por isso, para celebrar este Dia do Nordestino, vamos apresentar cinco nordestinas que se destacaram por suas trajetórias inspiradoras e suas obras relevantes.
- Irmã Dulce- Continua depois da publicidade -
Nasceu no estado da Bahia e recebeu o título de Santa Dulce dos Pobres, sendo a primeira santa brasileira com milagres reconhecidos canonizada pelo Vaticano. Seu trabalho com a população vulnerável da Bahia é único. De receber os mais humildes para higiene, alimentação e cuidados com a saúde até a construção de um hospital que vive de doações. Fez um trabalho extraordinário que até hoje sobrevive graças ao esforço de parentes e seguidores.
- Zabé da Loca
Isabel Marques da Silva, mais conhecida como Zabé da Loca, foi uma compositora e instrumentista de pífano, uma flauta transversal típica do Nordeste. Nascida em Pernambuco em 1924, ela aprendeu a tocar o instrumento com seu irmão e se apresentava em festas e feiras. Por causa da seca e da pobreza, ela se mudou para a Paraíba e passou a morar em uma caverna, onde ficou conhecida como Zabé da Loca. Em 2003, aos 79 anos, ela foi redescoberta pelo programa Biblioteca Rural Arca das Letras e gravou seu primeiro CD, com composições próprias e uma versão de Asa Branca, de Luiz Gonzaga. Em 2008, ela recebeu a Ordem do Mérito Cultural e foi eleita a Revelação da Música Brasileira.
- Nise da Silveira
Nise da Silveira foi uma médica psiquiatra e pioneira da terapia ocupacional no Brasil. Nascida em Alagoas em 1905, ela se formou em medicina em 1926, sendo a única mulher em uma turma de 157 homens. Ela trabalhou no Hospital Nacional dos Alienados, no Rio de Janeiro, onde se opôs aos tratamentos violentos da época, como o eletrochoque e a lobotomia. Ela criou o Centro Psiquiátrico Pedro II, onde desenvolveu um método terapêutico baseado na arte e na convivência com animais. Ela também fundou o Museu de Imagens do Inconsciente, onde reuniu mais de 350 mil obras produzidas por seus pacientes. Ela foi amiga de personalidades como Carl Jung, Clarice Lispector e Cândido Portinari.
- Rachel de Queiroz
Rachel de Queiroz foi uma escritora, jornalista e tradutora, considerada uma das maiores representantes do romance regionalista nordestino. Nascida no Ceará em 1910, ela publicou seu primeiro livro, O Quinze, em 1930, aos 20 anos. O romance retrata a seca de 1915 e a migração dos retirantes para o litoral. Ela também escreveu outras obras importantes, como João Miguel, Dora Doralina e Memorial de Maria Moura. Ela foi a primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras, em 1977, e a primeira mulher a receber o Prêmio Camões, em 1993. Ela também atuou como cronista, roteirista e militante política.
- Lia de Itamaracá
Lia de Itamaracá é uma artista popular que se destaca pela sua contribuição para a divulgação da ciranda, uma manifestação cultural típica do nordeste brasileiro. Ela nasceu e vive na Ilha de Itamaracá, em Pernambuco, e começou a participar de rodas de ciranda desde criança. Ela ficou famosa nos anos 1960, quando a cantora Teca Calazans incorporou versos cantados por ela em uma música que dizia: “Esta ciranda quem me deu foi Lia, que mora na Ilha de Itamaracá”.
Lia gravou seu primeiro disco em 1977, chamado A rainha da ciranda, e desde então lançou outros álbuns que misturam tradição e inovação. Ela também participou de diversos festivais e eventos no Brasil e no exterior, levando sua música e sua dança para diferentes públicos. Ela recebeu vários prêmios e homenagens, como o título de Patrimônio Vivo de Pernambuco, a Ordem do Mérito Cultural pelo Ministério da Cultura e o título de Doutora Honoris Causa pela Universidade Federal de Pernambuco. Ela também atuou em filmes como Recife Frio e Bacurau, ambos dirigidos por Kleber Mendonça Filho.