O Brasil enfrenta um cenário econômico desigual quando o assunto é dívida estadual. Enquanto estados do Nordeste apresentam redução ou estabilidade em seus débitos, unidades federativas como Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo seguem com números alarmantes.
Os dados, referentes à dívida consolidada líquida em relação à receita corrente líquida (RCL), são a comparações de maio de 2023 até maio de 2024, de acordo com o Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro (Siconfi). Assim, mostram uma realidade contrastante entre as regiões.
Nordeste: redução e controle do endividamento
Enquanto alguns estados brasileiros acumulam bilhões em passivos, o Nordeste se destaca pela diminuição ou manutenção de suas dívidas. Confira os números:
Estado (NE) | Dívida (R$ bilhões) | Variação em 2024 |
---|---|---|
Piauí | 4,4 | Redução |
Maranhão | 7,2 | Mantida/Redução |
Ceará | 9,5 | Redução |
Rio Grande do Norte | 4,4 | Redução |
Paraíba | -0,195 (dívida negativa) | Estável |
Pernambuco | 12,0 | Mantida |
Alagoas | 10,1 | Mantida |
Sergipe | 2,8 | Redução |
Bahia | 20,8 | Mantida |
Destaques:
✅ Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte reduziram seus débitos.
✅ Paraíba aparece com dívida negativa (-R$ 0,195 bi), indicando superávit.
✅ Sergipe teve uma das menores endividamentos da região (R$ 2,8 bi).

Sudeste e Sul: os campeões de dívidas
Enquanto o Nordeste avança no controle fiscal, outros estados acumulam dívidas bilionárias:
Estado | Dívida (R$ bilhões) |
---|---|
São Paulo | 293,0 |
Rio de Janeiro | 166,0 |
Minas Gerais | 154,0 |
Rio Grande do Sul | 104,0 |
- São Paulo lidera com R$ 293 bilhões, quase o triplo da dívida de toda a região Nordeste somada.
- Rio de Janeiro e Minas Gerais seguem com números preocupantes, acima de R$ 150 bilhões cada.
- Rio Grande do Sul também aparece com um passivo significativo (R$ 104 bi).
O que esses números significam?
A dívida consolidada líquida em relação à Receita Corrente Líquida (RCL) é um indicador importante da saúde fiscal dos estados. Quando esse número cresce, significa que os governos estão comprometendo uma parcela maior de sua arrecadação com o pagamento de juros e amortizações. Desse modo, limita investimentos em áreas essenciais como saúde, educação e infraestrutura.
Por que o Nordeste está se saindo melhor?
- Políticas de ajuste fiscal em alguns estados.
- Menor histórico de endividamento em comparação com Sudeste/Sul.
- Investimentos em gestão eficiente e controle de gastos.