Compra de metade dos direitos de Gênesis 66 por criador potiguar evidencia aquecimento do setor no Nordeste
O cavalo Gênesis 66, da raça quarto de milha, entrou para a história ao ser leiloado por impressionantes R$ 160 milhões, tornando-se o cavalo mais caro do mundo. O leilão, realizado em dezembro de 2024, ganhou destaque nacional com a participação de um criador do Rio Grande do Norte, que adquiriu 50% dos direitos do animal por R$ 80 milhões.
A negociação recorde não apenas marca um novo capítulo na criação de cavalos no Brasil, como também reflete o forte crescimento do mercado equestre no Nordeste, onde a tradição, o agronegócio e a genética de ponta vêm impulsionando investimentos milionários.
Gênesis 66: linhagem campeã e genética valorizada

Importado dos Estados Unidos, Gênesis 66 é da raça quarto de milha, conhecida por sua velocidade e versatilidade. Ele é filho de Gunnatrashya, campeão do NRHA Open Futurity, e de Snip O Gun, considerada uma das principais matrizes da história da raça.
Com mais de mil descendentes registrados, Gênesis 66 tem sua genética altamente valorizada no cenário internacional, principalmente nas áreas de rédeas, laço e tambor, modalidades muito populares no Brasil.
Criação de cavalos no Nordeste: tradição, crescimento e cifras milionárias
A criação de cavalos no Nordeste não é novidade. Contudo, vem ganhando novos contornos nos últimos anos. Estados como Bahia, Maranhão e Ceará lideram os rebanhos na região, com destaque também para o Rio Grande do Norte, que demonstra crescimento expressivo em eventos, leilões e genética.
Segundo dados do IBGE (2023), o Nordeste possui mais de 2 milhões de cavalos, consolidando-se como uma das regiões mais fortes do Brasil no setor.
Rebanho de cavalos nos estados do Nordeste (IBGE 2023)
Estado | Quantidade de cavalos |
---|---|
Bahia | 443.000 |
Maranhão | 337.000 |
Ceará | 318.000 |
Pernambuco | 285.000 |
Piauí | 270.000 |
Paraíba | 240.000 |
Alagoas | 220.000 |
Sergipe | 130.000 |
Rio Grande do Norte | 120.000 |
Setor equino movimenta mais de R$ 30 bilhões por ano
De acordo com a Associação Brasileira dos Criadores de Cavalo Quarto de Milha (ABQM) e dados da FAO/ONU, o Brasil possui o quarto maior rebanho equino do mundo, com cerca de 5,8 milhões de cavalos. O setor gera milhões de empregos diretos e indiretos, movimentando mais de R$ 30 bilhões anualmente.
Eventos como vaquejadas, provas de tambor e leilões online estão cada vez mais profissionalizados, aumentando a valorização de animais com genética campeã e incentivando criadores de todos os portes a investirem em tecnologia, nutrição e manejo.
Potencial do Rio Grande do Norte no cenário nacional
Dessa forma, a participação de um criador potiguar na compra do cavalo mais caro do mundo coloca o Rio Grande do Norte no radar do mercado equestre nacional. O estado, que possui 120 mil cavalos, tem se destacado em provas e exposições. Além disso, conta com propriedades especializadas em genética, doma e treinamento de alta performance.
Assim, o investimento milionário é um reflexo direto do crescimento do setor no Nordeste. E aponta para um futuro ainda mais promissor para a criação de cavalos na região. E une tradição, tecnologia e um mercado cada vez mais aquecido.
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