O consumo de carne de porco disparou no Brasil. A alternativa suína para repor a proteína no prato dos brasileiros mostrou ser um marco histórica para a economia do Brasil. A prova disso é que o abate do animal foi o maior desde o início da série da Estatística da Produção Pecuária, em 1997.
Somente no 2º trimestre de 2022, o abate de suínos no país chegou à marca de 14,07 milhões de cabeças abatidas. Essa quantidade representa alta de 7,2% ante o mesmo período de 2021 e aumento de 3,0% frente ao 1º trimestre deste ano.
Os dados são da Estatística da Produção Pecuária, divulgados hoje (06) pelo IBGE, que também mostram que o abate de bovinos aumentou 3,5% em relação ao 2º trimestre de 2021 e 5,7% em relação ao 1º trimestre de 2022.
“A proteína suína é um substituto em relação à carne bovina, que teve seu consumo reduzido por conta da elevação dos preços, observada desde 2020.” explica Bernardo Viscardi, supervisor de indicadores pecuários.
Ainda segundo Bernardo, fatores externos ajudam a explicar o porquê de cerca de 81,3% da produção suína ficarem no mercado interno no período pesquisado. “Nos últimos anos, as exportações estavam em alta, principalmente por conta da China. Após o controle da peste suína africana e a reposição do rebanho chinês, as exportações sofreram considerável redução. Outros destinos aumentaram as importações, mas não conseguiram compensar o arrefecimento da demanda chinesa”, salienta Viscardi.
Bovinos
Ao mesmo tempo, no 2º trimestre, o abate de bovinos, totalizou 7,38 milhões de cabeças de bovinos sob algum tipo de serviço de inspeção sanitária.
“A alta no abate de bovinos ocorre pelo segundo trimestre consecutivo após um período de baixa, especialmente do abate de fêmeas que vinham sendo poupadas para as atividades reprodutivas desde o fim de 2019. A recente desvalorização dos bezerros parece estar levando a um descarte maior de fêmeas. Também é relevante considerar que a carne de fêmeas, principalmente de novilhas, está sendo mais requisitada pelo mercado externo”, destaca o analista.
Frango
Ainda de acordo com os números, cabeças de frango abatidas registrou a marca de 1,50 bilhão, representando quedas de 1,4% em relação ao mesmo período de 2021 e 2,7% frente ao 1º trimestre de 2022. Apesar da retração observada, o mês de maio apresentou o melhor resultado em toda a série histórica, que começou em 1997.
“As exportações de carne de frango apresentaram recorde para o trimestre, influenciadas pelo conflito na Ucrânia, que também é um importante fornecedor dessa proteína, e pela ocorrência de surtos de gripe aviária em produtores do hemisfério norte”, completa Bernardo.