Segundo a Consultoria Nielsen, oito em cada dez pessoas aprendem algo novo diariamente, sobretudo mulheres e solteiros – cenário favorável para cursos de vinhos online; 85% cozinham em casa (ambiente favorável para o vinho se inserir no contexto); 75% se exercitam mais, buscam produtos de saúde (vinho tinto) inteligente e realizam exames médicos frequentes; 77% usam redes sociais (canais onde o vinho pode crescer ainda mais); 66% usam vídeos ao vivo para se manterem conectados (favorecendo as lives do setor de vinhos) 70% compram mais de duas vezes por semana, sendo que metade dos consumidores comprou mais online ( incremento da venda de vinhos nesses canais); e finalmente, 78% trabalham em casa e se sentem positivos com o Home Office (vinho como a indulgência merecida após um dia intenso de trabalho em casa).
Some-se a isso, segundo a consultoria, um novo cenário competitivo, e o surgimento de fortalezas regionais, com necessidade de repriorizar PDVs através de parcerias com varejistas regionais; uma nova dinâmica de consumo e novas necessidades, com diversificação de embalagens, lançamento de Pack, revisão de portfólio e segmentos; um consumidor mais atento ao preço, o que demanda cuidados com posicionamento correto, estratégia de preço e promoções, embalagens e sizings; maior disputa pela gôndola, o que requer investimento em logística, correção de ruptura e sortimento; observância ao perfil do novo consumidor e do seu comportamento de compra – menor frequência e mais intensidade – com aceleração no digital; e principalmente, revisão de metas, replanejamento do ano e repriorização de projetos, levando-se em conta um cenário de retração.
“O consumidor brasileiro está mais conectado do que nunca com a categoria de vinhos e com isso, muito mais exigente. Mesmo antes da pandemia, o brasileiro evoluiu muito seu conhecimento, seja por que viajou e conheceu vinícolas em países produtores, ou por que no Brasil mesmo se interessou em conhecer mais sobre o mundo do vinho. Isso criou uma situação de oportunidade no mercado, que se intensificou durante o período da pandemia. Esta exigência fica ainda mais evidente quando falamos sobre a venda de vinhos finos e de alta gama no Brasil, que está muito aquecida. Existe um segmento de consumidores muito relevante no Brasil que busca os melhores vinhos provenientes de todo o mundo”, comenta Isabel Guilisasti, vice-presidenta de vinhos finos e Imagem Corporativa, da Concha Y Toro.
Atento à tendência, surgiu em meados desse ano, um novo player para ajudar donos de coleções e rótulos raros a identificar eventuais compradores através de uma plataforma digital que atua como marketplace. Com esta premissa, a Winetrader (www.winetrader.com.br) foi criada para encontrar compradores para a comercialização de rótulos incomuns. O negócio é inspirado em marketplaces americanos, como o Vinfolio e abre também a oportunidade de formar uma comunidade de colecionadores e investidores de vinhos, conectando o vendedor com o comprador de forma segura e com suporte. De forma facilitada, através de um cadastro online clientes enviam seus vinhos em foto padrão, e em seguida são analisados itens como volume do líquido, gargalo e rótulo, entre outros.
Para dar suporte aos usuários da plataforma, a plataforma acaba de contratar o sommelier Gustavo Giacchero que deixou recentemente o Fasano BH para dedicar-se ao marketplace através da curadoria que fará na plataforma. Segundo Gustavo Giacchero, ser sommelier é cuidar do bem-estar das pessoas em seus momentos mais valiosos, notadamente aqueles em que aprecia-se um bom vinho, com uma boa comida e em boa companhia também. “É uma profissão prazerosa, mas que demanda muita dedicação e estudos, sobretudo nos dias de hoje, em que o mundo do vinho está mais dinâmico e apresenta tantas novidades, o que nos obriga a estar sempre atualizados”, comenta. No mercado há 16 anos, ele afirma que o consumidor brasileiro nunca esteve tão bem-informado como agora, e que se mostra aberto a conhecer novas propostas e rótulos.
Sobre a máxima de que vinho bom nem sempre precisa ser caro, ele concorda, desde que haja cuidado e critério na seleção. Ele também dá dicas para quem quer começar uma adega em casa: “devemos começar com os clássicos que estão no patamar de cima do mundo dos vinhos e que sempre irão imperar, tais como rótulos das regiões de Bordeaux e Borgonha, Piemonte e Toscana, para o Velho Mundo, e californianos e australianos para o Novo Mundo. Há muitas possibilidades de quatro dígitos, e neste patamar, acredito que as melhores opções venham de países como Portugal e Espanha”, comenta.
Sobre sua função na Winetrader ele vê que existe através do marketplace um potencial enorme para mudar a cultura do comércio de vinhos no país, e almeja dividir seu conhecimento com todos que utilizam a plataforma, com dicas de boas compras, informações sobre cepas, regiões, e produtores que estão se destacando, dicas de harmonização e todos os temas inerentes ao mundo do vinho. “O vinho é um caminho sem volta e só tende a crescer cada vez mais. O brasileiro tem acesso a rótulos do mundo inteiro, ao contrário da maioria de outros países do mundo e isso é muito rico, temos que explorar todas as possibilidades engarrafadas”, conclui Gustavo.
Regra de ouro de Gustavo para quem quer ser sommelier: estudar, ler muito, manter-se atualizado com o universo do vinho, participar de feiras, concursos, visitar regiões vinícolas e produtores que estão se destacando no seu segmento, e acima de tudo, nunca desdenhar do conhecimento do cliente, que muitas vezes tem mais acesso a informações adquiridas em viagens e abrindo garrafas do que muitos profissionais.
Atualmente, encontram-se disponíveis na Winetrader mais de 500 rótulos que vão de 100 a 100 mil reais. Entre as metas deste ano os sócios miram aumentar a variedade de vinhos para 3.000 rótulos no ano que vem e atrair para a plataforma grandes players do mercado.
Website: http://www.winetrader.com.br
FONTE: ASSESSORIA