O forró é muito mais que um gênero musical no Nordeste: é parte essencial da cultura, da identidade e, claro, das festas juninas. Durante o mês de junho, o som das sanfonas, zabumbas e triângulos toma conta das ruas, praças e palcos. Desse modo, embalam os festejos de São João com uma variedade de estilos que vão do tradicional ao moderno.
Seja nas cidades do interior ou nas capitais nordestinas, o São João é sinônimo de forró. Mas você sabe quais os tipos de forró mais tocados nesta época? Confira a seguir as principais vertentes, suas características, artistas que são referência e como cada uma se conecta com o clima das festas juninas.
Entenda as diferenças entre os principais tipos de forró

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Forró Pé de Serra: É o forró raiz. Surgiu com Luiz Gonzaga nos anos 1940 e segue vivo até hoje, com letras que falam da seca, da saudade, da vida no campo e dos costumes nordestinos. As apresentações costumam ser mais intimistas, com foco na poesia das canções e no som orgânico dos instrumentos.
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Xote: Entre todas as vertentes, o xote é a mais romântica e dançável de forma lenta. As músicas são marcadas por compasso 2/4 ou 4/4 e os casais dançam juntos, num ritmo que pede abraço e passos sincronizados. Perfeito para os casais nas noites frias de São João.
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Baião: Mais rápido que o xote, o baião traz uma pegada que mistura o lirismo da música nordestina com uma base rítmica contagiante. É muito usado para animar as quadrilhas juninas.
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Forró Eletrônico: Modernizado a partir dos anos 2000, traz arranjos com teclado, bateria elétrica e letras mais comerciais. Dominou rádios e festas de massa com grandes bandas de palco.
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Piseiro: A mais nova vertente, que mistura batidas eletrônicas com temas simples e refrões fáceis de decorar. Os shows de piseiro estão entre os mais requisitados dos festejos juninos, principalmente entre o público jovem.

Veja uma explicação arretada sobre os diferentes tipos de forró
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A princípio, o São João é a maior vitrine do forró no Brasil. Durante o mês de junho, o Nordeste vira um grande palco a céu aberto, onde todos esses estilos se encontram. Enquanto as quadrilhas e arraiais mantêm viva a tradição com o pé de serra, os grandes shows nas cidades atraem multidões com forró eletrônico, romântico e, mais recentemente, com o piseiro.
Enquanto os mais velhos se emocionam com as letras de Luiz Gonzaga e Dominguinhos, os mais jovens lotam os shows de João Gomes e Wesley Safadão. Nas quadrilhas, o baião e o xote ditam o compasso. Nas pistas de dança, o piseiro e o forró eletrônico dominam.
Diferentes tipos de forró mostram a diversidade do estilo
Além da diversão, o forró representa identidade, resistência cultural e memória afetiva para quem nasceu ou vive no Nordeste. Dessa maneira, a variedade de estilos garante que todas as gerações encontrem seu espaço nas festas, seja dançando agarradinho, arrastando o pé ou curtindo as batidas modernas.
Tipo de Forró | Características principais | Artistas referência | Relação com o São João |
Forró Pé de Serra | Forró tradicional com instrumentos acústicos como sanfona, triângulo e zabumba | Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Trio Nordestino | Base das festas juninas, com letras que exaltam o sertão, a saudade e o amor |
Xote | Ritmo mais cadenciado e romântico, com dança em dois, passos lentos e marcados | Flávio José, Alcymar Monteiro, Santanna | Muito tocado em festas de São João, ideal para dançar agarradinho |
Baião | Tem batida mais rápida, com marcação forte na zabumba e na sanfona | Luiz Gonzaga, Elba Ramalho, Fagner | Popular nas quadrilhas e em festas que exaltam a cultura nordestina |
Forró Eletrônico | Uso de instrumentos eletrônicos como teclado e bateria eletrônica, com produção mais pop | Wesley Safadão, Aviões do Forró, Solange Almeida | Amplamente presente nos grandes eventos juninos, com apelo para o público jovem |
Piseiro | Mistura de forró com batidas de arrocha e brega, com letras leves e dançantes | João Gomes, Vitor Fernandes, Tarcísio do Acordeon | Grande sensação nas festas juninas mais recentes, com shows lotados |
Forró é parte integrante da cultura do Nordeste
Independentemente da vertente, o forró faz parte da vida nordestina o ano todo, mas é durante o São João que ele alcança seu ápice de emoção e representatividade. Portanto, o forró, com toda sua diversidade, continua sendo a alma sonora do São João. Afinal, do interior às capitais, o ritmo segue evoluindo sem perder a essência que conquista corações por gerações.
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