O nome dela é Priscilla Porcino, tem 35 anos e está faturando alto com roupas inspiradas no Nordeste. Priscilla Porcino já trabalhou em diferentes áreas. Ela é formada em administração, atuou no setor automotivo e chegou até a abrir uma franquia de iogurte.

Hoje, ela usa a sua cidade natal como inspiração para a confecção de camisetas. Com foco em peças casuais, a marca Funlab faturou R$ 420 mil no ano passado e espera crescer 20% em 2023.

Essa nem sempre foi a proposta do negócio. Em 2013, quando decidiu empreender, Porcino lançou uma marca de roupas para corrida, então chamada de Funfit. “Eu gosto de corrida de rua. Eu viajava para correr em outros países e nunca vi camisetas legais de correr no Brasil”, conta. Foi a partir dessa experiência que ela começou a criar peças com frases engraçadas.

Início

Até então, Porcino nunca havia tido experiência com o ramo da moda – o contato mais próximo foi na infância, nos dias de costura com a avó, que transformava alguns dos seus desenhos em vestidos. Quando decidiu criar a marca, ela buscou profissionais que pudessem produzir as camisetas a partir de suas ideias. Em paralelo, passou a estudar sobre a área. Fez cursos no Senai e na Faculdade de Belas Artes de São Paulo que tratavam de assuntos como corte, costura, modelagem e desenvolvimento de coleções.

As camisetas criadas nessa época eram pensadas a partir das experiências de Porcino e de conhecidos. “Só corro para comer sobremesa”, “Só corro para beber cerveja”, “Linda e ainda madrugo para malhar” eram algumas das frases das blusas. O canal de vendas escolhido foi o e-commerce.

As vendas deram certo e, um ano depois, Porcino abriu uma loja de rua em Natal. Foi nesse momento que a variedade de peças produzidas se expandiu. “Só a camiseta não sustentava a loja de rua. Então comecei a fazer legging, top, short e bermuda.”

Pandemia

Com a pandemia, ela fechou a loja física e se mudou para outro ponto, que funciona como escritório e showroom. A empresa, que até então tinha produção própria, buscou uma fábrica para terceirizar o processo.

A partir do seu próprio amadurecimento, a empreendedora também decidiu mudar a proposta do negócio, mirando um público-alvo na faixa dos 30 anos, como ela. “Eu fui mãe nesse meio tempo e a marca acompanhou minhas mudanças”, diz ela. Em 2021, a empresa mudou o nome para Funlab.

Mudanças

A empresa passou a produzir peças para o dia a dia, com tecido de maior qualidade e um novo estilo de estampa, inspirado na cultura do Rio Grande do Norte. Segundo ela, as mudanças permitiram aumentar o tíquete médio.

“O corta-vento foi a primeira estampa exclusiva que a gente fez inspirada no Nordeste”, conta. A estampa traz alguns elementos da região, como deusas da mitologia brasileira, cactos e Maria Bonita.

A última coleção lançada homenageia o artista plástico Arruda Sales, que era tio de Porcino e faleceu em 2019. “Ele pintava muitas mulheres e seres mitológicos. Desenvolvemos uma coleção inteira com base em seus quadros”, explica. Apesar de ter estudado a área, a empreendedora ainda conta com a ajuda de outros profissionais, incluindo uma ilustradora, para elaborar as peças.

Crescimento

Nos últimos anos, a marca começou a vender as roupas para outros locais do Brasil, participando de feiras e eventos em cidades como Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo, e com o apoio de um programa do Sebrae. Um dos pontos de venda é a Casa Cipó, localizada no Jardim Paulista, em São Paulo.

Para 2023, a expectativa é crescer em 20%, abrir uma nova loja de rua e ter um centro de distribuição em São Paulo, já que as vendas online para a região ainda têm um frete alto. Porcino também sonha em expandir sua marca internacionalmente

Da Revista PEGN