A 5ª edição da Conferência Brasileira de Mudança do Clima (CBMC) reuniu representantes dos estados subnacionais no Rio Grande do Norte. Durante os debates, diversos temas foram abordados, incluindo participação social, transição energética justa, descarbonização e a COP 30.
O último dia do evento, sediado no Auditório Geólogo José Gilson Vilaça do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema), e na Unidade de Conservação Parque das Dunas, contou com discussões sobre os desafios e oportunidades do mercado de carbono para o Brasil, bem como sobre o Plano Nacional de Mudanças Climáticas. Mais de 300 participantes estiveram presentes, além daqueles que acompanharam a programação online.
O primeiro painel enfatizou a importância da regulação do mercado de demandas climáticas para atrair investimentos internacionais e promover um crescimento organizado. Pedro Venzon, representante da Associação Internacional de Comércio de Emissões (IETA), destacou o papel do evento em divulgar as estratégias adotadas pelo Brasil para lidar com o potencial energético de forma eficiente e equitativa.
As discussões abordaram também as obrigações das gestões, o mercado de créditos de carbono, a realidade das comunidades tradicionais, serviços ecossistêmicos e a implementação de planos de combate ao desmatamento e queimadas, entre outras questões essenciais nos campos econômico, social, ambiental e de infraestrutura.
A programação da CBMC 2023 ressaltou a importância de incluir os estados brasileiros nos diálogos multilaterais, demonstrando um compromisso real com a agenda climática, levando em consideração a diversidade de cada região. Os três dias de evento reforçaram a necessidade de ações efetivas por parte dos entes federativos.
O diretor-geral do Idema, Leon Aguiar, enfatizou a importância da atuação conjunta para enfrentar os desafios em nível global, ressaltando que todos os estados têm um papel a cumprir na evolução da matriz energética brasileira.
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A conferência ainda contou com um painel composto por membros do Conselhão do Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, do Governo Federal, que tem a missão de representar a diversidade da sociedade e apoiar a formulação de políticas públicas. O objetivo do colegiado é restabelecer o diálogo entre o Governo Federal e a sociedade brasileira, com foco na transformação do cenário energético como uma iniciativa inclusiva, especialmente para as camadas mais vulneráveis.
A representante do MST no Conselhão, Ayala Ferreira, destacou a necessidade de transformar o atual modelo de desenvolvimento predatório e colocar as questões socioambientais no centro da transição energética.
Marina Esteves, coordenadora de Projetos em Práticas Ambientais e Políticas Públicas do Instituto Ethos, ressaltou a importância da responsabilidade climática e da justiça social e ambiental, enfatizando a voz de todos os atores da sociedade na luta contra as desigualdades.
Além das atividades na sede do Idema, foram realizadas palestras sobre a juventude nordestina e a internacionalização da sustentabilidade, além das oportunidades que as energias renováveis podem trazer para as comunidades.
O diretor-geral do Idema, Leon Aguiar, encerrou o evento destacando a importância da atuação conjunta de todos os estados brasileiros na evolução da matriz energética do país, ressaltando que ainda há muito a ser feito nesse sentido. A última atividade foi uma oficina para a elaboração do documento final da conferência, intitulado “Por um Pacto Federativo Climático”.