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Como Vale Tudo conquistou a audiência dos sonhos no Nordeste

A novela Vale Tudo foi abraçada com fervor em uma parte do país. No Nordeste, o folhetim conquistou uma audiência dos sonhos.
Redação, da Agência NE9
29 de setembro de 2025 - às 08:59
Atualizado 29 de setembro de 2025 - às 08:59
3 min de leitura

Às vésperas de seu capítulo final, marcado para 17 de outubro, a novela “Vale Tudo” de Manuela Dias apresenta um retrato fascinante e dividido do Brasil. Longe de ser uma recepção uniforme, a trama da Globo foi abraçada com fervor em uma parte do país e recebida com relativa frieza em outra. E no Nordeste, o folhetim conquistou uma audiência dos sonhos.

Os números do Kantar Ibope contam a história de forma cristalina: o remake foi um sucesso estrondoso no Nordeste, enquanto patinou em importantes praças do Sudeste e também teve muita desenvoltura no Norte. Mas o que explica essa clivagem geográfica de audiência?

Os Números Não Mentem: A Disparidade em Tabela

Enquanto Belém e Recife lideram com índices que são a inveja de qualquer produção, Vitória e Campinas aparecem com números quase pela metade. A média nacional, puxada justamente pelas regiões Norte e Nordeste, se estabiliza em 24 pontos.

Afinal, Por que o Norte e Nordeste “compraram” a briga?

A pergunta que fica é: o que fez “Vale Tudo” ressoar tão fortemente nessas regiões? A análise aponta para alguns fatores cruciais:

  1. Identificação Cultural: A trama original, de 1988, já era um grande sucesso no Nordeste. O remake conseguiu capturar a essência de conflitos familiares, dramas passionais e a luta pelo poder, temas que possuem uma ressonância profunda na cultura local, frequentemente retratados em produções regionais de sucesso.
  2. A Força das Vilãs: Personagens como Odete Roitman (brilhantemente interpretada por Débora Bloch) e a jornada de redenção (ou não) de Maria de Fátima (Bella Campos) geram discussões acaloradas. O público nordestino, historicamente, tem uma relação de amor e ódio com vilões e mocinhos bem construídos, engajando-se mais intensamente com seus arcos.
  3. O “Caldo” Narrativo: A trama de Manuela Dias é repleta de reviravoltas, segredos de família e emoções à flor da pele. Esse estilo de narrativa, mais melodramático e direto, encontra um terreno fértil no gosto audiovisual consolidado no Norte e Nordeste.

Reta Final: A morte de Odete como trunfo

Ciente desse cenário, a Globo parece estar apostando todas as suas cartas no grande trunfo da reta final: o assassinato de Odete Roitman. A estratégia de manter o assassino em segredo absoluto, com um esquema anti-vazamentos, criou uma expectativa que tem impulsionado a audiência nas últimas semanas.

A pergunta que fica não é mais se a novela foi um sucesso, mas onde ela foi. “Vale Tudo” prova que, no Brasil continental, entender as nuances regionais é a chave para conquistar a audiência dos sonhos. E, nesse jogo, o Norte e Nordeste carimbaram seu passaporte como o coração pulsante da trama.