Pesquisadora diz que produção do colágeno é solução sustentável e preservaria vida do animal
A pesquisa da bióloga Patrícia Tatemoto pode garantir a entrada de 400 milhões de dólares (R$ 1.9 bilhões) na agropecuária do Nordeste brasileiro. O projeto faz pesquisa por fermentação de precisão, para produção de colágeno de jumento – ou EJIAO – nome científico do colágeno vindo de Jumento, animal proveniente do Nordeste.
De acordo com Patrícia Tatemoto, a produção seria uma solução sustentável para atender a demanda crescente, preservando a vida desses animais importantes para a cultura nordestina e assegurando a biossegurança, algo que não acontece no atual sistema extrativista.
Ainda segundo a pesquisadora, a produção em fermentadores evita riscos de doenças infectocontagiosas de caráter zoonótico, como o mormo, que pode afetar trabalhadores dos abatedouros e outras pessoas que lidem próximo dos animais e suas aglomerações.
O colágeno vem sendo usado pela segmento de saúde e indústria de cosméticos e é uma proteína produzida pelo corpo que é responsável por garantir firmeza e dar elasticidade à pele. O colágeno pode também ser encontrado em alimentos como carne e gelatina, além de fazer parte de cremes hidratantes e suplementos alimentares.
A pesquisa da bióloga busca a captação de recursos para ser concluída ainda em 2023. A produção de ejiao em fermentadores pode eliminar a necessidade de exportar peles de jumento e fornecer uma fonte inesgotável de matéria-prima para atender à demanda chinesa anual de 4,8 milhões de peles.
A meta brasileira de exportar 100 mil peles anualmente não foi alcançada devido à falta de uma cadeia produtiva e quantidade insuficiente de jumentos.