“Para a retomada e estabilização dos negócios do segmento do turismo nos níveis anteriores da pandemia, a saída é rever o modelo de negócios sem apego, unir forças no trade, se atualizar e entender as expectativas do consumidor”. Esta é a sugestão do presidente da União Nacional dos Conventions Bureau e Entidades de Destinos (Unidadestinos) e diretor da São Paulo Convention & Visitors Bureau (SPCVB), Toni Sando, apresentada durante sua palestra no seminário Oportunidades e Desafios do Mercado Turístico.
O evento, realizado na manhã desta terça-feira (26) com transmissão pelo Canal do Sebrae/CE no YouTube, é uma iniciativa do Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade da Fecomércio-CE (CETUR). Ele faz parte de um ciclo de seminários que visam promover um debate sobre a retomada do turismo no estado, em uma perspectiva de mercado.
Além do palestrante, o seminário contou ainda com a participação do presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens do Ceará – ABAV CE, Murilo Santa Cruz, da analista da Unidade de Competitividade do Sebrae Nacional, Ana Clévia Guerreiro e do superintendente do Sebrae/CE e presidente do CETUR, Joaquim Cartaxo, como debatedores. A mediação do evento foi realizada pelo secretário executivo da Câmara dos Conselhos Empresariais da Fecomércio-CE, Marcos Pompeu.
Palestra
Durante sua palestra, Toni Sando disse que a pandemia trouxe impactos significativos para a sociedade e um cenário de incertezas para todos, mas apesar disso não dá para os empreendedores do setor do turismo ficarem se lamentando pelo passado. “Já que não dá para prever o futuro e nem mudar o passado, proponho uma alternativa: o pragmatismo, que é lidar com o real no presente”.
De acordo com ele, é preciso implantar a cultura do agora, “que é ter uma estratégia responsiva baseada em ação”. “Precisamos ousar resolver os problemas, tentar,testar,prototipar. Ter a coragem de agir, apesar das incertezas. Ter coragem é ser pragmático”. Sando defendeu ainda que os empreendedores e lideranças do setor do turismo precisam focar no turismo doméstico no curto prazo e, a longo prazo, voltar a promover o Brasil no exterior.
Debate
Na opinião da analista do Sebrae Nacional, Ana Clévia Guerreira, o segmento do turismo de negócios e eventos é fundamental neste processo de retomada da atividade turística, pois ajuda a posicionar o destino em um importante mercado nacional e internacional, além de atrair turistas que não fazem parte da lista habitual de visitantes daquele local.
Ana Clévia defendeu ainda a cultura do planejamento e da união da iniciativa privada e do poder público como forma de superar as adversidades. “Todos os destinos que são organizados, que tem estratégia, respondem melhor às crises. Além disso, destinos que fazem gestão integrada, público e privado, conseguem se posicionar melhor no mercado”.
Já o presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens do Ceará – ABAV CE, Murilo Santa Cruz, lembrou que apesar da crise, a pandemia trouxe para o setor alguns legados positivos, como por exemplo uma maior integração entre os empreendedores e também entre as entidades do trade. Para este momento de retomada, ele listou alguns desafios como por exemplo o impacto da crise econômica nas viagens e também um número crescente de viajantes que optam por viajar de forma independente, sem contar com os serviços de agências de viagem.
Em sua intervenção, Cartaxo reforçou a necessidade de se trabalhar o turismo de raio curto, principalmente neste momento de retomada da atividade e destacou o trabalho do Sebrae/CE na estruturação e fortalecimento das rotas turísticas no Ceará. Ele falou ainda sobre a importância das políticas locais para a promoção do desenvolvimento dos destinos.
“Sempre digo que todo CNPJ tem CEP, ou seja, é nos municípios onde as atividades se desenvolvem e por isso precisamos ter um olhar local sobre as políticas de desenvolvimentos, pois é justamente nos municípios, nas comunidades, onde estas políticas impactam na melhoria das condições de vida e trabalho das pessoas”, enfatizou Cartaxo.
Após o debate, Marcos Pompeu agradeceu ao palestrante e aos debatedores pela importante contribuição para esta discussão sobre a retomada das atividades empresariais no segmento do turismo e lembrou que o conteúdo deste e dos outros dois seminários que serão realizados pelo CETUR serão compilados em uma publicação que será disponibilizada para a sociedade.
CETUR
O Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade da Fecomércio-CE (CETUR) foi criado em 15 de dezembro de 2015 e tem por objetivo reunir as instituições privadas de turismo que representam as empresas do segmento para o planejamento e realização de ações que fortaleçam e desenvolvam o setor no estado do Ceará.