Início » Economia » Ceará aposta na produção de algodão para impulsionar economia do setor

Economia

Ceará aposta na produção de algodão para impulsionar economia do setor

A iniciativa, encaminhada pelo governador Elmano de Freitas, tem como objetivo gerar emprego, renda e desenvolvimento sustentável, recolocando o Ceará no mapa da produção algodoeira nacional e internacional.
Eliseu Lins, da Agência NE9
27 de agosto de 2025 - às 08:08
Atualizado 27 de agosto de 2025 - às 08:08
3 min de leitura

O algodão, conhecido como o “ouro branco” da agricultura, volta a ganhar protagonismo no Ceará. O estado, que já foi um dos maiores produtores do país, se prepara para retomar sua posição de destaque no setor com a aprovação do Programa Estadual de Fortalecimento e Revitalização da Cotonicultura, aprovado pela Assembleia Legislativa nesta terça-feira (26).

A iniciativa, encaminhada pelo governador Elmano de Freitas, tem como objetivo gerar emprego, renda e desenvolvimento sustentável, recolocando o Ceará no mapa da produção algodoeira nacional e internacional.

O potencial econômico do algodão no Nordeste

O Nordeste tem condições climáticas e históricas que favorecem a cotonicultura. Durante décadas, a região foi referência nacional, mas sofreu forte impacto na década de 1980 com a praga do bicudo-do-algodoeiro, que devastou plantações e reduziu drasticamente a produção.

Agora, com novas tecnologias, sementes resistentes e políticas de incentivo, o setor volta a ser visto como um dos motores do agronegócio nordestino, com potencial de fortalecer também as indústrias têxtil e de óleo.

Ceará se reposiciona como polo algodoeiro

De acordo com o governo estadual, o programa vai oferecer sementes subsidiadas de alta qualidade para agricultores familiares e médios produtores, com foco em produtividade e sustentabilidade. Além disso, a ação inclui apoio técnico, articulação com produtores e estratégias de promoção da cotonicultura.

Segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico do Ceará, Domingos Filho, o projeto representa “um passo decisivo para que o algodão volte a ser vetor de crescimento econômico no estado, gerando novas oportunidades para agricultores e fortalecendo a agricultura sustentável”.

Já o secretário executivo do Agronegócio, Sílvio Carlos, lembra que o Ceará foi, nos anos 1980, o maior produtor de algodão do Brasil. “Essa cultura já está consolidada no Centro-Oeste e Sudeste, mas precisa retornar ao Nordeste, especialmente ao Ceará. A distribuição de sementes de alta performance vai garantir produtividade e qualidade para os produtores locais”, destacou.

Cenário nacional e internacional

A retomada do Ceará acontece em um momento estratégico. Em 2024, o Brasil se tornou líder mundial na exportação de algodão, ultrapassando os Estados Unidos. Esse avanço reforça a importância de ampliar as áreas produtivas, especialmente no Nordeste, que tem tradição e infraestrutura para atender à crescente demanda global.

Impacto esperado

  • Geração de emprego e renda no campo e na indústria;
  • Fortalecimento da cadeia têxtil, um dos setores mais relevantes da economia cearense;
  • Sustentabilidade agrícola, com uso de sementes mais resistentes e tecnologias modernas;
  • Reforço da identidade econômica do Nordeste, com o algodão voltando a ocupar papel central na produção regional.

Portanto, com o Programa Estadual de Revitalização da Cotonicultura, o Ceará sinaliza um futuro promissor para a economia do Nordeste. Afinal, mais do que resgatar um legado histórico, o estado aposta no algodão como estratégia de desenvolvimento sustentável, geração de emprego e aumento das exportações brasileiras.

LEIA TAMBÉM

Eliseu Lins

Eliseu Lins é baiano de nascimento e paraibano de coração. Jornalista formado na UFPB, tem mais de 20 anos de atuação na imprensa do Nordeste. É pós-graduado em jornalismo cultural e ocupa o cargo de editor-chefe do NE9 desde 2022.