Com o falecimento do Papa Francisco nesta segunda-feira (21), o mundo católico volta seus olhos para o Vaticano, onde nos próximos dias será iniciado o Conclave — a reunião secreta dos cardeais que elegerá o novo líder da Igreja Católica Apostólica Romana. Ao todo, 138 cardeais com menos de 80 anos estão habilitados para votar e também podem ser votados.
Entre eles, sete brasileiros estarão presentes. E um deles se destaca por representar a fé nordestina: Dom Sergio da Rocha, arcebispo de Salvador e primaz do Brasil. Ele nasceu no interior de São Paulo e ganhou recentemente o título de cidadão baiano em março deste ano. Agora, agora carrega consigo não apenas a responsabilidade do voto, mas também a possibilidade — ainda que remota — de se tornar o próximo Papa.
Italiano é o nome mais forte
O nome que aparece com mais força nos bastidores do Vaticano é o do italiano Pietro Parolin, de 70 anos. Atual Secretário de Estado da Santa Sé, Parolin tem o perfil para unir as alas progressistas e conservadoras da Igreja. Dessa forma, pode alcançar os dois terços de votos necessários para eleiger o novo Papa.
Além dele, outros cardeais de diversos continentes também estão entre os que podem suceder Francisco, com destaque para nomes da África, Ásia, Europa e América do Norte.
Veja os principais nomes cotados para o papado
Nome | País | Destaque |
---|---|---|
Pietro Parolin | Itália | Favorito; Secretário de Estado do Vaticano |
Fridolin Ambongo Besungu | República Democrática do Congo | Voz influente na Igreja africana |
Anders Arborelius | Suécia | Primeiro cardeal sueco; linha moderada |
Jean-Marc Aveline | França | Influente na Europa Ocidental |
Angelo Bagnasco | Itália | Conservador; ex-presidente da Conferência Italiana |
Charles Maung Bo | Mianmar | Atuação em defesa da paz e direitos humanos |
Stephen Brislin | África do Sul | Representatividade africana |
Raymond Leo Burke | Estados Unidos | Ultraconservador; influência nos EUA |
Willem Jacobus Eijk | Holanda | Defensor da ortodoxia doutrinária |
Péter Erdo | Hungria | Jurista e influente no Leste Europeu |
Fernando Filoni | Itália | Ex-prefeito da Congregação para Evangelização |
Kurt Koch | Suíça | Presidente do Dicastério para a Unidade Cristã |
Gerhard Ludwig Müller | Alemanha | Teólogo conservador |
Marc Ouellet | Canadá | Forte atuação no continente americano |
Mauro Piacenza | Itália | Prefeito da Penitenciária Apostólica |
Pierbattista Pizzaballa | Palestina | Patriarca latino de Jerusalém |
Albert Malcolm Ranjith Patabendige Don | Sri Lanka | Conservador e influente no sul da Ásia |
Robert Sarah | Guiné | Tradicionalista e respeitado na África |
Daniel Fernando Sturla | Uruguai | Representante sul-americano |
Luis Antonio Gokim Tagle | Filipinas | Querido por fiéis; já cotado anteriormente |
José Tolentino de Mendonça | Portugal | Teólogo e poeta, respeitado no Vaticano |
Matteo Maria Zuppi | Itália | Ligado ao movimento Sant’Egídio |
Um conclave multicultural
A diversidade dos nomes revela o caráter global da Igreja Católica hoje. Pela primeira vez, há fortes candidaturas africanas e asiáticas, e o crescimento do catolicismo em países como Filipinas, Congo e Sri Lanka pesa na balança.

Apesar disso, a tradição ainda coloca os italianos em vantagem, e Parolin desponta como o nome mais viável dentro do perfil que une tradição diplomática e abertura a novos tempos.
E o Brasil?
Ainda que improvável, o Brasil continua sonhando com um Papa latino-americano. O nome de Dom Sergio da Rocha ganha relevância pela sua atuação em grandes arquidioceses brasileiras, além de seu equilíbrio entre as correntes da Igreja. Sua presença no Conclave, agora como cidadão baiano, é motivo de orgulho para os católicos do Nordeste.
Enquanto isso, o mundo aguarda com expectativa o início do Conclave. O anúncio da escolha do novo Papa deverá ocorrer em cerimônia solene no Vaticano, com a tradicional fumaça branca revelando ao mundo quem será o sucessor de Francisco.