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Caminho dos Santos Mártires consolida o Rio Grande do Norte como polo de turismo religioso no Nordeste

Mais do que uma trilha religiosa, o Caminho é uma rota de experiência espiritual e cultural, pensada para quem busca caminhar, pedalar ou participar de peregrinações organizadas.
Redação NE9 Nordeste, da Agência NE9
23 de outubro de 2025 - às 03:20
Atualizado 23 de outubro de 2025 - às 03:20
4 min de leitura

Lançado em 2021, o Caminho dos Santos Mártires tornou-se um dos principais roteiros de peregrinação do Brasil, unindo fé, história e natureza em um trajeto de cerca de 300 km que percorre 11 municípios potiguares. O projeto, idealizado pelo turismólogo Sidnésio Moura, referência nacional no turismo religioso, é hoje considerado um case de sucesso no país.

A rota homenageia os Santos Mártires de Cunhaú e Uruaçu — padres André de Soveral, Ambrósio Francisco Ferro, o leigo Mateus Moreira e seus 27 companheiros — martirizados em 1645, e transformados em símbolos de fé e resistência do povo potiguar.

Uma experiência de fé e contemplação

Mais do que uma trilha religiosa, o Caminho é uma rota de experiência espiritual e cultural, pensada para quem busca caminhar, pedalar ou participar de peregrinações organizadas. A iniciativa integra história, devoção e sustentabilidade, com mapa interativo e QR Codes que permitem aos visitantes acessar informações sobre os locais sagrados, como o Engenho Cunhaú, em Canguaretama, e o Santuário dos Mártires de Uruaçu, em São Gonçalo do Amarante.

Em 2025, o projeto avançou em duas frentes importantes: a criação do Instituto Caminho dos Santos Mártires, que passa a gerenciar e estruturar o roteiro, e o início das ações de sinalização oficial nas cidades de Canguaretama e Espírito Santo (RN) — etapas fundamentais para integrar a rota ao Rede Trilhas, programa nacional que reconhece e apoia trilhas de relevância turística e ambiental.

Caminhos dos Martires foto divulgação

Municípios e atrativos turísticos da rota

O Caminho dos Santos Mártires liga importantes destinos do litoral e do interior potiguar, passando por Canguaretama, Espírito Santo, Arez, Nísia Floresta, São José de Mipibu, Parnamirim, Natal, Extremoz e São Gonçalo do Amarante, entre outros.

Cada trecho oferece paisagens e experiências únicas:

  • Canguaretama – ponto inicial do percurso, abriga o histórico Engenho Cunhaú, onde ocorreu o primeiro massacre dos mártires, e belezas naturais como o Rio Curimataú, as falésias da Barra do Cunhaú e trilhas ecológicas que ligam o campo ao mar.
  • Arez e Nísia Floresta – reúnem antigas capelas, ruínas de engenhos e trechos de mata atlântica preservada, ideais para caminhadas contemplativas.
  • Natal e Parnamirim – oferecem estrutura turística consolidada, com destaque para o Forte dos Reis Magos, o Parque das Dunas e as praias urbanas, que dão suporte a quem inicia ou encerra etapas da peregrinação.
  • Extremoz – abriga o Santuário dos Ciganos, espaço simbólico que reforça a diversidade e a acolhida do roteiro.
  • São Gonçalo do Amarante – destino final e local do Santuário dos Mártires de Uruaçu, um dos maiores templos religiosos do Nordeste, que recebe milhares de fiéis todos os anos.

O trajeto ainda inclui mirantes, lagoas, praias desertas, igrejas centenárias e áreas de proteção ambiental, como as APAs Piquiri-Una e Bonfim-Guaraíras, reforçando o caráter sustentável do turismo religioso potiguar.

Reconhecimento nacional e perspectivas

O Caminho dos Santos Mártires ganhou destaque em publicações e portais especializados em turismo religioso, sendo citado como um modelo de integração entre fé, tecnologia e meio ambiente. A rota já atrai peregrinos de várias regiões do Brasil e vem sendo incluída em pacotes de agências especializadas e operadoras internacionais.

Segundo o idealizador Sidnésio Moura, o objetivo agora é ampliar a infraestrutura de apoio, com pontos de descanso, hospedagens e parcerias locais, além de promover eventos culturais e religiosos ao longo do trajeto.

“O Caminho representa uma nova fase para o turismo de fé no Nordeste, unindo tradição, espiritualidade e desenvolvimento regional”, destacou Moura.

Turismo, fé e desenvolvimento

Mais do que um roteiro religioso, o Caminho dos Santos Mártires é um instrumento de valorização cultural e social. Ele gera renda local, estimula o turismo comunitário e fortalece a economia criativa nos municípios envolvidos.

Com o avanço da sinalização e a futura integração à Rede Trilhas, o Caminho deve consolidar o Rio Grande do Norte como um dos principais polos de peregrinação e turismo religioso do país, atraindo visitantes em busca de fé, história e natureza.

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