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Cadeia produtiva da gastronomia sergipana expõe potencialidades para fortalecimento do turismo

Produtores e artesãos de municípios sergipanos mostraram seus trabalhos na Expo Verão 2023, na Orla da Atalaia, em ação voltada ao fomento dos setores econômicos

Mangaba, amendoim, tapioca, coco, mariscos. São diversas as matérias-primas que formam a base da gastronomia sergipana, com técnicas, tradições e trabalhos que resistem ao tempo, às gerações e vislumbram destaque não só dentro, mas fora do estado também.

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Estes e outros elementos culinários têm criado, ao longo de décadas, identidade, memória, afetividade e reconhecimento do que significa a gastronomia sergipana, sobretudo para os próprios sergipanos, além de atrair turistas pelo aconchego que o alimento preparado com história, dedicação e amor traz a quem conhece e experimenta.

Essas potencialidades da gastronomia de Sergipe têm sido apresentadas, por diversos protagonistas de municípios sergipanos, na Feira da Cadeia Produtiva do Turismo Gastronômico, que acontece no sábado e domingo, 21 e 22, na Expo Verão, na Orla da Atalaia, em Aracaju.

Inovação ao tradicional

A doceira Maria Josilene de Oliveira, do município de Brejo Grande, já produz doces típicos há 22 anos na região do Baixo São Francisco e é conhecida na região por atuar no comércio junto aos turistas que visitam a foz do Rio São Francisco. Sempre buscando inovar, ela costuma acrescentar novos elementos às já tradicionais cocadas, bolos e doces em compota.

“Antes eu fazia apenas os doces básicos, mas com o tempo vamos estudando e colocando novos ingredientes, como o amendoim, maracujá, mandioca, aproveitando, claro, tudo o que o solo do nosso estado nos dá”, ressalta.

Do agreste sergipano, o produtor de mel Daniel Henrique Cardoso busca sair da obviedade do uso do mel e almeja emplacar o alimento na gastronomia nacional e internacional.

“O pessoal só costuma procurar o mel como remédio, mas ele, além de ser um complemento alimentar que pode ser utilizado diariamente, de forma saudável, cada vez mais tem sido usado na culinária, em restaurantes e não só sem sobremesas, mas em pratos diversos. Envio o meu produto para locais no Brasil onde não existe uma forte produção e até para fora do país, como Portugal”, complementa.

História e resistência

Maior produtor de mangaba do Brasil – fruta símbolo do estado –, Sergipe acolhe há mais de uma década o projeto Rede Solidária de Mulheres, que reúne associações de catadoras de mangaba de municípios sergipanos, fortalecendo a manutenção da produção do fruto não só no estado, mas a ampliação da sua divulgação e consumo em âmbito nacional.

A catadora de mangaba Dilva de Souza Santos, de Estância, no sul de Sergipe, produz biscoitos, geleias, brigadeiro, tartaletes, pães de mel e compotas não só da mangaba, mas também de caju e jaca, duas outras frutas predominantes no estado de Sergipe.

“É um trabalho que vai além dos doces em si, essa parte é um complemento. Nossa função é preservar a cultura da mangaba, a existência dela como elemento cultural, gastronômico e como meio de sobrevivência de mulheres sergipanas, além de colocar em primeiro lugar, sempre, a questão ambiental”, explica.

Outro elemento cultural do estado que resiste, podendo ser encontrado em feiras, mercados, mas, sobretudo, nas ruas dos bairros mais populares, é o beiju molhado, que vem sempre acompanhado pelo pé de moleque, saroio, entre outros. A Casa de Farinha, em Itabaiana, no agreste do estado, é tradicional na produção e venda destes produtos, que já fazem parte da cultura sergipana.

“Nós produzimos para toda a região agreste e para a capital. Antes, eram produtos que apenas as pessoas de Sergipe gostavam, tinham costume de comprar, mas a cada dia notamos mais os turistas também se interessando por essas comidas”, acrescenta a produtora Elaine do Nascimento.

Outros expositores

A Feira da Cadeia Produtiva do Turismo Gastronômico é organizada pelo Governo de Sergipe, por meio da Secretaria de Estado do Turismo (Setur), que realiza um trabalho, além da exposição, de consultoria e acompanhamento constante dos produtores e artesãos cadastrados, com o objetivo de contribuir para o impulsionamento destes elementos para fora do estado de Sergipe.

Além dos produtos da gastronomia sergipana, a feira também destacou a produção de artesanato local, como a renda irlandesa, o crochê, as artes feitas com palha, crochê, bordados e costuras em geral.

Participam da ação expositores dos municípios de Aracaju, Barra dos Coqueiros, Campo do Brito, Divina Pastora, Estância, Indiaroba, Itabaiana, Laranjeiras, Pacatuba, Carmópolis, Japaratuba e Santana do São Francisco, que apresentam a diversidade da culinária e do artesanato sergipanos.

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