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Política

Brasil fortalece preservação ambiental das Zonas Úmidas; entenda

No dia 5 de junho de 2025, data simbólica em que se celebra o Dia Mundial do Meio Ambiente, o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima publicou no Diário Oficial da União a ...
Redação, da Agência NE9
5 de junho de 2025 - às 08:03
Atualizado 5 de junho de 2025 - às 08:03
3 min de leitura

No dia 5 de junho de 2025, data simbólica em que se celebra o Dia Mundial do Meio Ambiente, o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima publicou no Diário Oficial da União a Portaria GM/MMA nº 1.413, que institui oficialmente o Comitê Nacional das Zonas Úmidas.

Trata-se de um passo estratégico e significativo na consolidação das políticas públicas ambientais brasileiras voltadas à proteção das zonas úmidas – áreas ricas em biodiversidade, essenciais para a regulação do clima, conservação de ecossistemas aquáticos, segurança hídrica e bem-estar das populações locais.

Dentre as zonas úmidas do Nordeste, destaca-se as Reentrâncias Maranhenses. É uma área úmida com grande riqueza de biodiversidade. 

O que faz o Comitê Nacional das Zonas Úmidas?

A princípio, o novo Comitê terá caráter consultivo, permanente e de assessoramento. Desse modo, atuará com foco na implementação da Convenção de Ramsar (tratado internacional do qual o Brasil é signatário), no acompanhamento de políticas de uso sustentável das zonas úmidas e na integração entre diferentes setores do governo e da sociedade civil.

Entre suas principais competências estão:

  • Apoiar a implementação da Convenção de Ramsar e da Estratégia Nacional para Zonas Úmidas;

  • Indicar áreas prioritárias para conservação e recuperação;

  • Integrar planos ambientais, como o Plano Clima, Planaveg e PAB;

  • Propor inclusão de novos sítios brasileiros na lista de importância internacional;

  • Incentivar a participação da sociedade nas ações de preservação.

Composição diversa e representativa

O Comitê será composto por 33 membros titulares e seus respectivos suplentes, reunindo representantes de órgãos governamentais, setor produtivo, comunidades tradicionais, academia e ONGs ambientalistas.

Confira a estrutura completa:

Categoria Representação
Governo Federal 10 Ministérios (incluindo Meio Ambiente, Agricultura, Saúde e Relações Exteriores)
Entidades vinculadas ANA, IBAMA, ICMBio, Jardim Botânico do RJ
Representações territoriais Estados, Municípios, Comitês de Bacias Hidrográficas
Setor produtivo Agricultura (CNA) e Indústria (CNI)
Povos e comunidades Indígenas e tradicionais
Sociedade civil 4 ONGs ambientalistas eleitas
Academia SBPC, Sociedade Brasileira de Limnologia e INCT-Áreas Úmidas

Assim, a presidência será exercida pela Secretaria Nacional de Biodiversidade, Florestas e Direito dos Animais, com apoio da Secretaria-Executiva, a cargo do Departamento de Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade.

Reentrâncias Maranhenses. Imagem: MMA
Reentrâncias Maranhenses. Imagem: MMA

Estrutura e funcionamento

O Comitê se reunirá ordinariamente pelo menos uma vez por ano e poderá operar até cinco comissões técnicas simultâneas, com foco em temas específicos, como conservação, restauração ou mitigação de impactos. As reuniões serão públicas e divulgadas no site do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima.

A participação é voluntária e considerada prestação de serviço público relevante, sem remuneração, mas com possibilidade de custeio de despesas para representantes de ONGs, povos tradicionais e cientistas, a critério do governo federal.

Um avanço na governança ambiental

A criação do Comitê Nacional das Zonas Úmidas é um avanço na governança ambiental brasileira. Dessa forma, fortalecendo o diálogo entre os setores e ampliando a capacidade do país de cumprir compromissos internacionais de proteção ambiental.

Ao mesmo tempo, a iniciativa também reforça o papel do Brasil como ator estratégico na conservação global, especialmente em um momento crítico de mudanças climáticas e perda acelerada de biodiversidade.