De acordo com uma pesquisa da BloombergNEF, a produção de aço usando hidrogênio verde pode ser a alternativa mais econômica para atingir a meta de zero emissões até 2050.
- O estudo indica que o Brasil está entre os candidatos para sediar usinas siderúrgicas interessadas em fabricar aço com baixas emissões a um custo competitivo.
- O país, que possui reservas significativas de minério de ferro, se beneficia também de fontes de energia limpa e acessível, como a hidrelétrica, o que poderia resultar em uma redução nos custos de produção do aço à base de hidrogênio verde.
O documento foi encomendado por uma Coalizão que reúne interessados na indústria do hidrogênio, incluindo executivos da Fortescue – mineradora australiana que possui um mega projeto em desenvolvimento para produção hidrogênio verde no Ceará – e da Mubadala – fundo de investimento que controla a Acelen, dona da Refinaria de Mataripe, na Bahia.
Hidrogênio na Siderurgia
Recentemente, em entrevista a Veja, Ludmila Nascimento, diretora de energia e descarbonização da mineradora Vale destacou que “o hidrogênio verde tem um papel crítico para a descarbonização de setores de difícil abatimento. Ou seja, aqueles em que a transição para uma produção de baixo carbono é considerada mais desafiadora”
A empresa busca meios de superar os desafios estruturais na produção de aço com baixa emissão de carbono.
A Vale está explorando diversas abordagens, sendo uma delas a construção dos denominados “megahubs”. Nestes complexos industriais, o hot briquetted iron (HBI), um componente crucial na produção de aço com baixo teor de carbono, seria fabricado. De acordo com Nascimento, utilizar hidrogênio verde possibilita alcançar emissões zero na fabricação de aço. Ele ressalta que a Vale ocupa uma posição singular, sendo uma grande consumidora de energia renovável e fornecedora de minério de ferro de alta qualidade. Esses elementos são fundamentais para viabilizar tanto a economia do hidrogênio verde quanto a produção de produtos siderúrgicos com baixas emissões de carbono.
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Mudança de Fonte de Energia na Produção de Aço
O segmento siderúrgico, responsável por 7% das emissões globais de carbono, destaca-se como o principal consumidor industrial de carvão. Em 2022, o carvão representou 74% da demanda total de energia na indústria, seguido por eletricidade (14%) e gás natural (9%).
De acordo com a BNEF, a adoção de hidrogênio na produção de aço tem o potencial de descarbonizar mais de 40% da produção global até 2050. Esse cenário demandaria a produção anual de pelo menos 150 milhões de toneladas de hidrogênio, consolidando a siderurgia como um dos principais consumidores dessa forma de hidrogênio com baixo teor de carbono.
A BNEF estima que o custo de produção do aço com base em hidrogênio em 2050, considerando um custo de entrega de hidrogênio de US$1 por quilograma, seria de US$489 por tonelada. Atualmente, o preço do quilograma de hidrogênio verde varia entre US$4 e US$12.
Uma pesquisa anterior da consultoria já havia identificado o Brasil como um dos países capazes de produzir o hidrogênio verde de maneira mais econômica em escala global.
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Siderurgia no Nordeste
O setor siderúrgico no Nordeste do Brasil mostrava uma presença significativa, impulsionada pela abundância de recursos minerais na região, como minério de ferro. Grandes empresas siderúrgicas tinham operações na área, aproveitando a matéria-prima local e a infraestrutura de transporte para o escoamento de produtos.
O Nordeste também se destacava como um possível destino para investimentos em siderurgia com menor emissão de carbono. Desse modo, explorando fontes de energia limpa disponíveis na região, como a hidrelétrica.
Contudo, o nível de produção do setor siderúrgico no Nordeste é pequeno. Dessa forma, esses dados podem ajudar no desenvolvimento de politicas públicas. Além disso, trazer investimentos para a região que mais produz hidrogênio verde no Brasil.
REDAÇÃO com EPBR