Presidente do BNB, Paulo Câmara, fala sobre liderança da região na geração energia com fontes eólica e solar
Evento em Brasília destaca o protagonismo do Nordeste na transição energética do Brasil, abordando powershoring e neoindustrialização verde. O presidente do Banco do Nordeste (BNB), Paulo Câmara, destacou a liderança da região na geração de energia eólica e solar, ressaltando a intenção de atrair empresas que adotam fontes limpas de energia. O evento “Powershoring e a Neoindustrialização Verde do Brasil – Perspectivas, Potencial, Políticas Públicas e Privadas”, realizado em Brasília, abordou tópicos como legislação e financiamento de projetos industriais baseados em energia sustentável.
Além de Paulo Câmara, a abertura do seminário na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI) contou com a presença do presidente em exercício do Brasil, Geraldo Alckmin, o presidente da CNI, Robson Andrade, o vice-presidente de setor privado do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), Jorge Arbache, e o diretor de Planejamento do BNDES, Nélson Barbosa.
Paulo Câmara enfatizou a importância do crédito como impulsionador da transformação na matriz energética e na formação de uma nova base industrial global limpa, com benefícios diretos para as mudanças climáticas. Ele destacou o papel líder do Nordeste na geração de energias renováveis. “A região está produzindo um excedente de energia renovável. Sendo assim, está preparada para liderar a transição energética no Brasil e no mundo. Acreditamos que o desenvolvimento regional depende de uma transformação contínua e reconhecemos a relevância do conhecimento e da inovação para impulsionar a economia de baixo carbono, alinhada com valores de sustentabilidade ambiental”, enfatizou.
Geraldo Alckmin apresentou várias medidas tomadas pelo Brasil para promover a renovação da matriz energética e a descarbonização. Exemplos incluem o uso crescente de biodiesel na composição de combustíveis, incentivo para a renovação de frotas de veículos e proteção da Amazônia com um novo modelo de biodiversidade para fomentar negócios, empregos, alimentos e medicamentos.
Alckmin destacou a importância de fabricar produtos de maneira eficiente e ecologicamente consciente, afirmando que o Brasil é uma alternativa viável para atrair investimentos e ocupou o quinto lugar no mundo. A neoindustrialização, segundo ele, envolve inovação e sustentabilidade.
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Jorge Arbache apontou que o Nordeste possui condições ideais para atrair plantas industriais interessadas em usar energia verde devido à capacidade de produzir energia a custos altamente competitivos. Ele explicou que a próxima etapa é atrair indústrias que necessitem desse insumo e que a estratégia é exportar energia verde incorporada nos produtos industriais.
O powershoring é uma estratégia de localização da produção baseada na disponibilidade de energia verde, segura, acessível e abundante, que se alinha à tendência global de realocação industrial em relação a questões geopolíticas e eventos climáticos extremos. Plantas industriais que consomem energia em seus processos produtivos estão buscando locais com fontes de energia limpa.
Durante o evento, representantes de várias entidades discutiram a neoindustrialização verde e o papel do powershoring no Brasil. Luiz Esteves, economista-chefe do Banco do Nordeste, enfatizou o potencial do Brasil para se tornar um polo mundial de fornecimento de energia verde. Ele ressaltou o papel dos bancos de desenvolvimento no crescimento sustentável e sustentável do país com base nesse novo conceito industrial.
Everton Chaves, assessor especial do BNB, mediou um painel que discutiu como políticas externas, contratos comerciais e acordos de investimento podem viabilizar e proteger os interesses relacionados ao powershoring no Brasil.
A conferência foi organizada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco do Nordeste (BNB) e CAF – Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe, além da CNI. Uma segunda etapa do evento, com foco mais técnico e empresarial, está agendada para outubro, no Rio de Janeiro.
O Banco do Nordeste viabilizou cerca de R$ 32,2 bilhões em investimentos em energias renováveis nos últimos cinco anos, com foco em plantas eólicas e solares.
REDAÇÃO com Assessoria