O talento e a persistência do baiano Uri Valadão brilharam novamente no cenário internacional do bodyboarding. No último sábado (25), o atleta conquistou o bicampeonato mundial da IBC World Tour 2025, após uma temporada marcada por regularidade, superação e manobras de altíssimo nível. O título foi confirmado durante a etapa final do Frontón King, nas Ilhas Canárias, Espanha — uma das competições mais desafiadoras e prestigiadas do circuito mundial.
Definição emocionante no Frontón King 2024
Uri chegou às quartas de final da etapa decisiva, sendo eliminado pelo também brasileiro Eder Luciano em uma bateria eletrizante. Mesmo assim, o desempenho acumulado ao longo da temporada foi suficiente para mantê-lo no topo do ranking mundial.
A confirmação do título veio logo depois, quando o francês Pierre-Louis Costes, único que ainda podia ultrapassá-lo na classificação, foi derrotado na semifinal pelo compatriota Amaury Lavernhe. Pouco antes, outro forte concorrente, o espanhol Armide Soliveres, também se despediu da disputa.
Assim, com a queda dos adversários diretos, Uri garantiu matematicamente o segundo título mundial de sua carreira, 17 anos após a primeira conquista, em 2008 — curiosamente, também nas Ilhas Canárias, na praia de El Confital. Desta vez, o troféu veio nas temidas ondas de El Frontón, conhecidas mundialmente por seu poder e dificuldade técnica.
Desempenho consistente durante o campeonato
Durante o IBC World Tour 2025 Uri mostrou consistência e maturidade competitiva. O baiano conquistou bons resultados nas etapas de Arica (Chile), Sintra (Portugal) e Antofagasta (Chile), garantindo pontos preciosos que o mantiveram entre os líderes do ranking até o fim.
Mesmo sem chegar ao pódio na última etapa, sua regularidade foi decisiva para alcançar o topo do mundo novamente. Com o bicampeonato, Uri se consolida como um dos maiores nomes da história do bodyboarding brasileiro.
Emoção e homenagem pessoal
Emocionado após a conquista, Uri dedicou o título à tia de sua esposa, Cris Nunes, falecida dias antes da final.
“Senti a presença dela comigo aqui. Foi um momento muito forte. Essa conquista é por ela também”, declarou o atleta, visivelmente emocionado, em entrevista após a confirmação do título.
Outro destaque baiano: Gabriel Braga
A Bahia também esteve representada por outro talento em ascensão: Gabriel Braga, que fez uma excelente temporada e chegou até as oitavas de final no Frontón King. Apesar da eliminação, ele encerrou o ano entre os melhores do mundo, reforçando o protagonismo baiano no cenário internacional do bodyboard.
Brasil no topo do bodyboarding mundial
Com a conquista de Uri Valadão, o Brasil reafirma sua força na modalidade. O atleta se torna o segundo maior campeão brasileiro da história na categoria masculina, ficando atrás apenas do lendário Guilherme Tâmega, que possui seis títulos mundiais. O gaúcho Paulo Barcellos, campeão em 2000, completa o seleto grupo de brasileiros que chegaram ao topo do mundo.
El Frontón: o palco da consagração
O cenário da vitória, El Frontón, nas Ilhas Canárias, é considerado uma das ondas mais radicais e perigosas do planeta. Com tubos pesados e rochas vulcânicas próximas à superfície, o local é um verdadeiro teste de coragem e técnica — um desafio à altura de um campeão mundial.
Inspiração para novas gerações
A conquista de Uri é motivo de orgulho para toda a comunidade do surfe e bodyboard da Bahia. O atleta, que iniciou sua trajetória nas praias de Salvador, inspira jovens esportistas a acreditarem em seus sonhos e enxergarem o esporte como caminho de superação e conquistas.
IBC World Tour 2024: principais resultados de Uri
| Etapa | Local | Campeão | Posição de Uri Valadão |
|---|---|---|---|
| Antofagasta Bodyboard Festival | Chile | Tanner McDaniel (EUA) | Top 8 |
| Sintra Pro | Portugal | Pierre-Louis Costes (FRA) | Top 4 |
| Arica Cultura Bodyboard | Chile | Amaury Lavernhe (FRA) | Top 8 |
| Frontón King | Ilhas Canárias | Amaury Lavernhe (FRA) | Quartas de final |
Com o bicampeonato mundial, Uri Valadão escreve mais um capítulo histórico no bodyboarding brasileiro, provando que talento, disciplina e fé podem atravessar gerações — e mares.
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