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Bahia vai produzir quatro medicamentos biológicos para câncer e doenças raras

A Bahiafarma, Fundação Baiana de Pesquisa Científica e Desenvolvimento Tecnológico, foi autorizada a fabricar quatro medicamentos biológicos para tratamentos oncológicos e doenças raras, conforme anunciado em 24 de novembro de 2025 durante a reunião do ...
Eliseu Lins, da Agência NE9
25 de novembro de 2025 - às 06:30
Atualizado 25 de novembro de 2025 - às 06:30
4 min de leitura

A Bahiafarma, Fundação Baiana de Pesquisa Científica e Desenvolvimento Tecnológico, foi autorizada a fabricar quatro medicamentos biológicos para tratamentos oncológicos e doenças raras, conforme anunciado em 24 de novembro de 2025 durante a reunião do Grupo Executivo do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (GECEIS).

A decisão foi celebrada pelo governador Jerônimo Rodrigues, que destacou que o investimento fortalece a produção nacional de medicamentos e amplia a participação da Bahia no complexo industrial da saúde.

Na foto, ministro da Saúde Alexandre Padilha e o governador da Bahia, Jerônimo Rodrgues. Foto Adriel FranciscoGOVBA

Quais são os medicamentos aprovados

A Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PDP) autorizou a fabricação dos seguintes biológicos:

MedicamentoIndicação principal
BevacizumabeTratamento de vários tipos de câncer (colorretal, pulmão, rim, mama, ovário, entre outros) e degeneração macular.
EculizumabeTratamento da Hemoglobinúria Paroxística Noturna (HPN), uma doença rara.
NivolumabeUsado para melanoma avançado e câncer de pulmão de células não pequenas (CPCNP).
PertuzumabeVoltado ao tratamento de câncer de mama, tanto em estágio inicial quanto metastático.

Benefícios da produção na Bahia

1. Autonomia para o SUS

Produzir localmente esses biológicos estratégicos reduz a dependência de importações, reforçando a soberania sanitária e garantindo mais segurança de abastecimento para o Sistema Único de Saúde (SUS).

2. Economia de recursos públicos

Em especial para o eculizumabe, o Ministério da Saúde estima uma significativa economia nos próximos anos devido à produção nacional.

3. Desenvolvimento tecnológico e industrial

A Bahiafarma se consolida como um polo de biotecnologia no Nordeste. A secretária estadual de Saúde, Roberta Santana, destacou que “o biológico é o que há de mais avançado em tecnologia de medicamentos”.

4. Parceria estratégica

A Bahiafarma formalizou uma cooperação com a Bionovis, empresa brasileira especializada em biomedicamentos, para transferência de tecnologia e produção local.

5. Fortalecimento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (CEIS)

Os projetos aprovados fazem parte da política pública coordenada pelo GECEIS, que visa descentralizar a produção de insumos essenciais para a saúde e promover inovação tecnológica no setor.

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Desafios e perspectivas

Foto Fidelis MeloGOVBA

Apesar da conquista, ainda há caminhos a percorrer:

  • A multianualização dos projetos exige investimento contínuo para construir a planta biotecnológica e internalizar toda tecnologia.
  • Será necessário manter a parceria com entidades públicas e privadas para garantir a produção sustentável e de qualidade.
  • É fundamental garantir que os novos medicamentos cheguem ao SUS em preço acessível e com regularidade, beneficiando pacientes que dependem desses tratamentos.

A Bahiafarma, com apoio do governo estadual e federal, dá um passo decisivo para se tornar referência nacional na produção de medicamentos biológicos estratégicos. A fabricação de bevacizumabe, eculizumabe, nivolumabe e pertuzumabe na Bahia representa não apenas um avanço tecnológico, mas um impacto concreto na saúde pública, na economia local, e na autonomia do Brasil frente ao mercado farmacêutico internacional.

Com esse movimento, a Bahia reforça seu protagonismo no Complexo Econômico-Industrial da Saúde, impulsionando inovação, pesquisa e garantindo mais acesso a tratamentos de alta complexidade para a população.

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Eliseu Lins

Eliseu Lins é baiano de nascimento e paraibano de coração. Jornalista formado na UFPB, tem mais de 20 anos de atuação na imprensa do Nordeste. É pós-graduado em jornalismo cultural e ocupa o cargo de editor-chefe do NE9 desde 2022.