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Atheneu ONU 2023 encerra sua quinta edição com lançamento oficial do ‘Observa’, projeto pioneiro em Sergipe

Durante o encerramento da maior simulação de uma Assembleia Geral da ONU no Brasil e na América Latina, os estudantes também fizeram a leitura de proposições debatidas nos comitês temáticos, e cada especialista e o chefe de estado assinaram as resoluções como testemunhas.

Reconhecido pelo público como um evento que eleva o protagonismo de jovens estudantes sergipanos, o Atheneu ONU finalizou a sua quinta edição na manhã desta segunda-feira, 29, com gostinho de quero mais. A partir do tema central ‘O papel da ONU no combate à polarização’, os estudantes do Centro de Excelência Atheneu Sergipense e instituições de ensino convidadas encerram seus trabalhos, na maior simulação da Assembleia Geral das Nações Unidas no Brasil e na América Latina, com a leitura de proposições debatidas nos comitês temáticos e com o lançamento oficial do Observa – Observatório da Notícia, um projeto pioneiro de monitoramento e análise de notícias no estado de Sergipe.

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Inspirado em metodologias ativas, alunos e toda a comunidade escolar afirmam que a simulação da Assembleia Geral da ONU propicia a socialização de ideias e de experiências entre as lideranças políticas e sociais de Sergipe. “A cada ano é grande a expectativa dos estudantes pela realização do Atheneu ONU. A edição deste ano teve um gostinho especial porque recebemos alunos de diversas instituições que sempre quiseram estar conosco. É um evento democrático e transformador, que faz com que os estudantes discutam temas evidentes em diversos países e encontrem as soluções. É um verdadeiro exercício de cidadania que proporciona aos participantes a reflexão de que é preciso estudar política pública na escola”, afirma Yuri Noberto, professor de sociologia e idealizador do Atheneu ONU.

Para a superintendente da Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom), Martha Mendonça, o Atheneu ONU “é uma oportunidade única na vida desses jovens de entenderem, desde cedo, que política é um assunto que merece ser debatido todos os dias e por todo o mundo. Compreendendo o processo de política, de educação e de comunicação pública, eles podem, sim, nos ajudar a mudar o rumo do futuro”. Martha Mendonça comentou ainda sobre o pioneirismo do projeto Observa – Observatório da Notícia, lançado no último dia do Atheneu ONU 2023. “Essa é uma discussão que já temos dentro do Governo de Sergipe. A gente já debate a importância de se criar um observatório da mídia e, inclusive, vamos verificar a possibilidade de firmarmos uma parceria para que o observatório oficial do Governo e o Observa do Atheneu sejam uma coisa única, no combate à desinformação e aos discursos de ódio, em favor de práticas de uma comunicação não-violenta e da cultura da paz”, salienta.

O estudante de engenharia de computação da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e aluno egresso do Atheneu Sergipense, Alex Melo, destaca a importância da parceria estabelecida entre o Atheneu e a UFS para implementação do Observa – observatório da notícia. “Nosso objetivo é unir forças de agentes internos e externos para criar uma rede e não só monitorar, mas também analisar as notícias e gerar relatórios do que está sendo visto no ‘Observa’ para que essas informações cheguem no âmbito da sociedade como um todo”, reforça.

No entendimento do aluno da 3ª série do ensino médio do Centro de Excelência Atheneu Sergipense, Rafael Gama, que nesta edição assumiu a função de secretário-geral da ONU, o evento foi excepcional. “Quando a gente tira o jovem do contexto secundarista e o coloca no centro do processo, conseguimos transformar várias mazelas da sociedade. Nestes três dias de evento, a gente discutiu temas importantes não só no Brasil, mas no mundo, como direitos humanos, polarização e notícias falsas, que despertam nos jovens um senso crítico, capacitando-os, a partir daí, para mudar o mundo”.

A diretora da Educação de Aracaju (DEA), Gilvânia Guimarães, afirma que o projeto desenvolvido de forma interdisciplinar entre professores e estudantes do Centro de Excelência Atheneu Sergipense tem alcançado, ano após ano, maior visibilidade e vem se consolidando na comunidade escolar por sua relevância na formação política dos jovens. “Este ano, por exemplo, eles inovam mais uma vez ao integrar na atividade não só alunos do Atheneu, mas também de todas as redes de ensino públicas e particulares. É o Atheneu mostrando, mais uma vez, todo o seu protagonismo para a sociedade sergipana”, afirma a gestora.

Atheneu ONU 2023

Ocorrido nos dias 26, 27 e 29 de maio, o Atheneu ONU 2023 reuniu estudantes, professores, membros do Poder Público e autoridades para debater temas globais e nacionais. Na simulação, os estudantes ocuparam seu lugar de fala como chefes de Estado, protagonizando reivindicações mundiais e demonstrando preocupações com temas que impactam a humanidade. Na edição deste ano os estudantes representaram países como Inglaterra, Brasil, Austrália, Rússia, China, Estados Unidos, África do Sul e Egito, desempenhando funções diplomáticas, relações internacionais e políticas.

A quinta edição do Atheneu ONU aconteceu em três momentos. O primeiro ocorreu na sexta-feira, dia 26 de maio, no auditório do Tribunal de Justiça, com a presença de autoridades do Poder Judiciário, Poder Legislativo e Poder Executivo, alunos representando chefes de estado e o corpo diplomático.

No sábado, dia 27, aconteceu o segundo momento no Centro de Excelência Atheneu Sergipense, com a simulação de comitês (COP 28, Unicef, UniC, ACNUR e Metrópoles), com cerca de 30 alunos em cada sala, representando diferentes séries e escolas. Pela manhã, foi realizada a leitura do Documento de Posição Oficial (DPO) de cada país e o debate sobre o tema “O papel da ONU no combate à polarização”. Já pela tarde houve uma visita de consultores especializados em cada tema e a redação de propostas de intervenção e negociação para encontrar soluções das problemáticas apresentadas.

Nesta segunda-feira, dia 29, no Teatro Atheneu, ocorreu a mesa de encerramento do Atheneu ONU 2023, com a mesa composta apenas por mulheres sergipanas com representatividade na política, educação, assistência social e relações internacionais. Na ocasião foi realizada a leitura de todas as proposições debatidas pelos alunos durante a simulação, e cada especialista e o chefe de estado assinaram as resoluções como testemunhas.

A estudante Ynamily Moyrá, indígena da etnia Kariri-Xocó, avalia ter sido uma grande honra representar seus colegas e os povos indígenas de todo o país ao entrar com a bandeira do Brasil no encerramento do Atheneu ONU. “Eu entendo que essa minha participação, trazendo a bandeira do Brasil para o centro do teatro, é bastante simbólica. Ela pode ser compreendida como respeito que os estudantes têm à cultura e à tradição dos povos indígenas, mas ela também serve como reflexão sobre como estamos tratando os povos indígenas do Brasil. Um exemplo emblemático da falta de respeito e de políticas públicas no Brasil é a situação de abandono em que se encontravam os yanomamis no início deste ano. Neste sentido, minha presença aqui é também uma demarcação de território para que todos lembrem: nós existimos, nós estamos aqui junto a vocês; portanto, nos respeitem”, finaliza.

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