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Assista ao Documentário: Sob o Sol do Gibão – A saga de vaqueiros

No coração do sertão nordestino, entre o sol forte, a vegetação espinhosa e a poeira das veredas, vive uma das figuras mais emblemáticas da cultura brasileira: o vaqueiro. Guardião das tradições e da lida com ...
Redação NE9 Nordeste, da Agência NE9
19 de outubro de 2025 - às 05:34
Atualizado 19 de outubro de 2025 - às 05:34
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No coração do sertão nordestino, entre o sol forte, a vegetação espinhosa e a poeira das veredas, vive uma das figuras mais emblemáticas da cultura brasileira: o vaqueiro. Guardião das tradições e da lida com o gado, ele é símbolo de coragem, resistência e amor à terra — um personagem real que mantém viva uma das mais antigas profissões do Nordeste.

Vestido com o gibão de couro, o vaqueiro desafia o clima árido e as dificuldades do campo. O traje, feito artesanalmente por artesãos locais, é mais do que uma roupa: é uma verdadeira armadura de sobrevivência. O couro protege o corpo dos galhos, espinhos e do calor intenso, permitindo que o trabalhador siga o gado por entre as matas fechadas da caatinga.

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A rotina e a força de um ofício centenário

O trabalho do vaqueiro começa antes do nascer do sol. Ele percorre léguas em busca do rebanho, atravessando serras e rios secos, conduzindo o gado com paciência e habilidade. A jornada é longa, exigindo conhecimento do terreno, resistência física e uma relação quase espiritual com os animais.

No sertão, o vaqueiro é mais do que um trabalhador rural — é um símbolo de identidade e orgulho. Seu ofício moldou costumes, festas e expressões culturais em todo o Nordeste. Em cidades do interior do Ceará, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte, ele é celebrado em cavalgadas, vaquejadas e romarias, sempre com o gibão reluzindo sob o sol, como um troféu de dignidade.

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Tradição e reconhecimento cultural

A importância do vaqueiro nordestino é tanta que ele se tornou Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil, reconhecimento concedido pelo Iphan em 2019. A profissão, que nasceu da necessidade de controlar o gado solto nas caatingas, hoje é símbolo de resistência cultural e fonte de inspiração para músicos, poetas e cineastas.

O som da sanfona, as cantorias e as vaquejadas modernas mantêm viva essa tradição. Mesmo com as mudanças tecnológicas no campo, o vaqueiro segue firme, combinando técnicas antigas com novas formas de manejo, sem perder a essência de quem nasceu para lidar com o gado e o sertão.

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