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Antônia Keyla quebra recorde mundial e eleva o Piauí no cenário paralímpico

Além de Keyla, o Brasil teve outro feito impressionante no mesmo dia: Wanna Brito, no arremesso de peso F32, quebrou seu próprio recorde mundial com 8,49 m e conquistou o ouro pela segunda vez consecutiva.
Eliseu Lins, da Agência NE9
3 de outubro de 2025 - às 06:59
Atualizado 3 de outubro de 2025 - às 06:59
3 min de leitura

O Brasil brilhou nesta quinta-feira (2) no Mundial Paralímpico de Atletismo, em Nova Déli (Índia), e uma das estrelas da delegação foi a piauiense Antônia Keyla da Silva Barros. Na prova dos 1.500 metros T20 (atletas com deficiência intelectual), Keyla superou a favorita polonesa Barbara Bieganowska-Zajac, multicampeã paralímpica, e cruzou a linha de chegada com 4min19s22, estabelecendo novo recorde mundial.

Esse tempo desbancou a antiga melhor marca — 4min23s37 — feita pela própria Barbara. Com isso, Keyla conquistou seu primeiro título em Mundiais de atletismo paralímpico.

Conheça Antônia Keyla

Antônia Keyla foto CPB Divulgação
Antônia Keyla foto CPB Divulgação

Nascida em Água Branca, Piauí, no dia 20 de setembro de 1994, Antônia Keyla iniciou sua trajetória esportiva ainda jovem em sua cidade natal. Após ser diagnosticada com deficiência intelectual, ela ingressou no atletismo, participando de provas nacionais como o Circuito Nacional Loterias Caixa e o Meeting Paralímpico promovido pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) em todo o país.

Antes desse momento histórico, Keyla já havia conquistado méritos expressivos:

  • No Campeonato Mundial Paralímpico de 2023, em Paris, foi vice-campeã nos 1.500m T20, com tempo de 4min30s75, estabelecendo recorde das Américas para sua classe.
  • Em 2024, nos Jogos Paralímpicos de Paris, conquistou a medalha de bronze na mesma prova (1.500m T20).

Com essas credenciais, ela chegava ao Mundial de 2025 com experiência, mas sem ainda ter o ouro da categoria em competições globais — agora essa marca foi superada.

A importância desse feito

O desempenho de Antônia Keyla é simbólico por vários motivos:

  1. Reconhecimento internacional: quebrar um recorde mundial e derrotar uma atleta com carreira sólida como Barbara reforça o nível técnico e a consistência da brasileira.
  2. Representatividade nordestina e piauiense: levar um título mundial para o Piauí eleva o nome do estado e demonstra que talentos olímpicos e paralímpicos emergem fora dos grandes centros.
  3. Inspiração para novos atletas: sua trajetória reforça a visibilidade do esporte paralímpico, especialmente no Norte / Nordeste, incentivando jovens com deficiência a sonharem alto.
  4. Fortalecimento institucional: conquistas como essa ajudam o Brasil a manter-se competitivo no circuito mundial paralímpico — e alimentam politicas de fomento à modalidade.

Além de Keyla, o Brasil teve outro feito impressionante no mesmo dia: Wanna Brito, no arremesso de peso F32, quebrou seu próprio recorde mundial com 8,49 m e conquistou o ouro pela segunda vez consecutiva. O país somou ainda seis pódios no dia e ampliou sua liderança no quadro de medalhas do Mundial.

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Perfil resumido de Antônia Keyla

ItemInformação
Nome completoAntônia Keyla da Silva Barros
NaturalidadeÁgua Branca, Piauí
CategoriaT20 (deficiência intelectual)
Marca no Mundial 20254min19s22 (recorde mundial)
Marca anterior4min23s37 (recorde anterior, Barbara)
Medalhas anterioresPrata no Mundial 2023, Bronze nos Jogos Paralímpicos 2024

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Eliseu Lins

Eliseu Lins é baiano de nascimento e paraibano de coração. Jornalista formado na UFPB, tem mais de 20 anos de atuação na imprensa do Nordeste. É pós-graduado em jornalismo cultural e ocupa o cargo de editor-chefe do NE9 desde 2022.