Na Serra do Catolé, em São José do Belmonte, no Sertão Pernambucano, ergue-se um lugar mágico e enigmático: a Pedra do Reino. Suas formações rochosas, imponentes e majestosas, medem 30 e 33 metros de altura. Mas essa não é apenas uma paisagem natural; é um cenário que guarda segredos e inspirou uma das obras mais marcantes da literatura brasileira.
A Pedra do Reino e o escritor Ariano Suassuna
A princípio, em 1938, a Pedra do Reino foi palco de um movimento sebastianista liderado pelo autoproclamado rei João Antônio dos Santos. Esse episódio, envolto em mistério e crenças populares, inspirou o escritor Ariano Suassuna a criar uma narrativa única. Em 1971, Suassuna publicou o “Romance d’A Pedra do Reino e o príncipe do sangue do vai-e-volta”, uma obra que mescla realidade e fantasia. Dessa forma, trazendo à vida personagens e eventos desse lugar singular.
Mistério tem origem africana
O romance nos transporta para o século 19, quando o rei Dom Sebastião de Portugal desapareceu misteriosamente na batalha de Alcácer-Quibir, no Marrocos. Contudo, a crença popular dizia que ele havia sido encantado e retornaria para trazer paz e prosperidade ao seu povo. Desse modo, João Antônio dos Santos, influenciado por essa lenda, sonhou com o rei encantado entre as duas rochas da Pedra do Reino.
LEIA TAMBÉM:
– Moda no Nordeste tem inovação, é sustentável e gera bilhões
– Conheça cidades do Nordeste que já tiveram tremores de terra
– Estado do Nordeste terá a menor taxa de juros do Brasil
– Ceará é o 1º estado do Nordeste em Sustentabilidade Ambiental
Ariano usa o sagrado e profano na obra
Ariano Suassuna, com sua genialidade, transformou essa história em literatura, entrelaçando o sagrado e o profano. As esculturas de santos e personagens do episódio sebastianista, dispostas em círculo ao ar livre, são testemunhas dessa fusão. A Pedra do Reino também ganhou vida na minissérie da TV Globo.
No coração de São José do Belmonte, na Praça Pires Ribeiro, encontramos o Memorial da Pedra do Reino. Ao mesmo tempo, um acervo preserva livros, quadros, documentos e registros fotográficos desse movimento histórico. Anualmente, a “Cavalgada à Pedra do Reino” reúne cavaleiros da região para abençoar o trajeto até a Serra do Catolé, seguindo os passos da lenda.
LEIA TAMBÉM:
– Cidades do Nordeste ganharão novos voos para a Europa
– FNE: Governo injetará R$ 36,6 bilhões em estados do Nordeste
– Descubra cinco destinos do Nordeste além das praias
– Conheça o local do Nordeste que é a bola da vez da mineração
Em suma, Ariano Suassuna, que também recebeu o título de cidadão belmontense, deixou um legado inestimável para São José do Belmonte. Dessa forma, sua visão transformou a Pedra do Reino em um santuário literário e cultural, onde as histórias se entrelaçam com a imponência das rochas e a magia do sertão.
A Pedra do Reino, situada em São José do Belmonte/PE, foi o cenário de um movimento messiânico influenciado pelo sebastianismo português. De acordo com a crença, o reino de Dom Sebastião estava encantado nas pedras, e somente seria desencantado após serem banhadas com sangue, o… pic.twitter.com/jeR11G7n9U
— Flávio Costa (@flaviocostaf) March 7, 2024
Assista ao Documentário
REDAÇÃO