A boa notícia é que o arroz e o feijão — dois dos alimentos mais presentes na mesa do brasileiro — ficaram mais baratos em abril. De acordo com o boletim mais recente do Instituto Pacto Contra a Fome, os preços do arroz caíram 4,19% e do feijão preto 5,45% no mês. Um alívio, mesmo que tímido, para os lares que ainda enfrentam o desafio de manter uma alimentação saudável diante do cenário econômico do país.
Por outro lado, o levantamento alerta que, mesmo com essa redução pontual, o custo de uma cesta básica ideal no Brasil ainda ultrapassa R$ 432 por pessoa ao mês. Isso representa cerca de 21,4% da renda média per capita nacional, estimada em R$ 2.020, segundo dados da Pnad Contínua divulgados recentemente pelo IBGE.
A cesta básica analisada pelo instituto não é qualquer cesta: ela segue os parâmetros do Guia Alimentar para a População Brasileira, da USP (NEBIN) e da Comissão EAT-Lancet, sendo composta apenas por alimentos in natura ou minimamente processados. Ou seja, trata-se de uma alimentação equilibrada e ideal para promover saúde — mas que ainda é inacessível para grande parte da população.
O mesmo boletim revelou um dado preocupante: mais de 70% dos brasileiros não têm renda suficiente para bancar essa alimentação adequada, somando os custos com outras despesas básicas do mês, como aluguel, transporte, luz e água.
Indicador | Valor/Informação |
---|---|
Queda no preço do arroz (abril) | -4,19% |
Queda no preço do feijão preto (abril) | -5,45% |
Custo mensal da cesta básica ideal (por pessoa) | R$ 432,00 |
Renda média per capita (Brasil - PNAD/IBGE) | R$ 2.020,00 |
Percentual da renda comprometida com a cesta | 21,4% |
População que não consegue arcar com a cesta | Mais de 70% |
Inflação do grupo Alimentação e Bebidas (abril) | 0,82% |
Inflação geral (IPCA - abril) | 0,43% |
Alimentos que mais subiram: | Batata (+18,29%), Tomate (+14,32%), Café moído (+4,48%) |
Apesar da redução nos preços do arroz e do feijão, o boletim destaca que a pressão inflacionária permanece forte nos alimentos in natura, que são altamente sensíveis às condições climáticas e sazonais. Produtos como batata e tomate tiveram altas expressivas e puxaram o aumento no grupo Alimentação e Bebidas, que subiu quase o dobro do índice geral de inflação.
O impacto, porém, não é o mesmo para todas as famílias. De acordo com o Instituto, a inflação de alimentos atinge em até 2,5 vezes mais fortemente as famílias de baixa renda, que já destinam uma parcela maior de sua renda para se alimentar.
O boletim de abril reforça uma realidade que o Brasil precisa enfrentar com urgência: alimentação saudável ainda é um privilégio para a maioria da população. Mesmo com reduções pontuais, como as registradas no arroz e no feijão, os dados revelam que a fome e a insegurança alimentar seguem como desafios estruturais para o país.
Portanto, medidas de incentivo à produção agrícola, controle de preços e ampliação de políticas públicas de transferência de renda são fundamentais para mudar esse cenário e garantir que todos os brasileiros tenham direito ao básico: comida no prato, com qualidade e regularidade.
LEIA TAMBÉM- Piracanjuba anuncia instalação da 1ª fábrica no Nordeste- Sergipe registra segundo maior crescimento do setor de Serviços no Brasil em 2025- Nordeste se torna o 2º maior polo de startups do Brasil- Como o Nordeste está de olho no Turismo Responsável- Cartão-postal da Queridinha do Nordeste tem destino definido
Aproveite para compartilhar clicando no botão acima!
Visite nosso site e veja todos os outros artigos disponíveis!