Um projeto desenvolvido pela Embrapa Alimentos e Territórios (AL), em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), está promovendo mudanças significativas em comunidades rurais do semiárido nordestino.
O Paisagens Alimentares valoriza a cultura alimentar regional e incentiva o turismo sustentável de base comunitária, alcançando mais de 500 participantes diretos e impactando cerca de 5 mil pessoas em Sergipe, Alagoas e Pernambuco.
Em Indiaroba (SE), a artesã e empreendedora Anatália Costa Neto, a Nat, transformou sua produção local com apoio da Embrapa. Aos 41 anos, ela se destacou com a criação do hambúrguer de aratu, além de outros produtos regionais como biscoitos de capim-santo e geleias de mangaba.
“O projeto me fez vender mais, saber como calcular o preço, que eu não tinha noção. Foi através deles que eu agreguei valor ao meu produto. Vendo na lanchonete e outras de fora pegam comigo. O turista vem e leva para o consumo próprio com uma caixinha de isopor”, disse Nat à Agência Brasil.
Graças a esse trabalho, ela venceu o Prêmio Mulher de Negócio em Sergipe, na categoria Microempreendedora Individual.
Em Palmeira dos Índios (AL), a agricultora Ana Paula Ferreira, 38 anos, destacou os impactos do projeto no assentamento Olho D’Água do Casado:
“É um projeto transformador, que está trazendo economia e liberdade, pertencimento principalmente, no território. Fortalece o que é nosso e valoriza o agricultor familiar que coloca a mão na terra para produzir alimento saudável”, afirmou.
Segundo ela, além de estimular o turismo e a preservação ambiental, a iniciativa aproximou os jovens da agricultura e abriu novas possibilidades de renda, como o artesanato com recursos da caatinga.
Um dos pontos mais marcantes do projeto é o liderança das mulheres rurais. Elas estão à frente de associações, coordenam trilhas turísticas, organizam vivências e lideram a produção artesanal e agroecológica.
De acordo com Aluísio Goulart Silva, supervisor de inovação da Embrapa, “coincidentemente, todas as lideranças são femininas. Foi um projeto praticamente trabalhando com mulheres rurais, que assumiram papel central no desenvolvimento comunitário”.
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Com três anos de execução, o projeto já alcançou comunidades em Alagoas, Sergipe e Pernambuco, envolvendo catadoras de mangaba, marisqueiras, assentamentos rurais e quilombolas. A iniciativa alia inovação, preservação ambiental e fortalecimento da cultura alimentar, se consolidando como um divisor de águas no desenvolvimento regional.
REDAÇÃO com Agência Brasil
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